Desigualdades socioespaciais da mortalidade prematura por doenças crônicas não transmissíveis no município de São Paulo, Brasil, 2006-2019
Spatial inequalities of premature mortality for chronic non-transmissible diseases in the municipality of São Paulo, Brazil, 2006 to 2019
Cad. saúde colet., (Rio J.); 31 (3), 2023
Publication year: 2023
Resumo Introdução Este estudo utiliza dados de mortalidade para monitorar as desigualdades sociais em saúde. Objetivo Analisar a tendência das taxas da mortalidade prematura (30-69 anos) por grupos selecionados de DCNT em áreas de inclusão e exclusão social no Município de São Paulo (MSP), entre 2006 e 2019, e avaliar a magnitude das desigualdades nos triênios de 2006-2008 e 2017-2019. Método Utilizou-se o Índice de Exclusão/Inclusão para delimitação das áreas, regressão de Prais-Winsten para análise das tendências e Razão entre Taxas (RT) para mensurar as desigualdades. Resultados As tendências apresentaram declínios, sendo maiores na área de inclusão social, no sexo masculino, para Doenças Isquêmicas do Coração (DIC), Doenças Crônicas das Vias Respiratórias Inferiores (DCR) e Diabetes Mellitus (DM). Ocorreram aumentos significativos das RT no sexo masculino para DIC (1,62 e 2,17), DCR (1,60 e 3,00) e DM (1,81 e 2,26), enquanto no feminino não se observou ampliação. Conclusão O declínio das taxas nas áreas de exclusão social, a não ampliação da desigualdade nas mulheres, e por doenças cerebrovasculares e hipertensivas nos homens, provavelmente se devem à existência de um sistema universal de saúde. A ampliação da desigualdade entre homens requer adequação dos serviços de saúde para assegurar a integralidade desse grupo.
Abstract Background This study uses mortality data to monitor social inequalities in health. Objective To analyze the trend in premature mortality rates (30 to 69 years) by selected groups of NCDs in areas of social inclusion and exclusion in the city of São Paulo, between 2006 and 2019, and to assess the magnitude of inequalities in the years 2006-2008 and 2017-2019. Method The Exclusion/Inclusion Index was used to delimit areas, Prais-Winsten regression to analyze trends, and rate ratio (RT) to measure inequalities. Results The trends showed declines, with greater social inclusion in males for ischemic heart diseases (IHD), chronic diseases of the lower respiratory tract (DLRT) and diabetes mellitus (DM). There were significant increases in RT in males for IHD (1.62 and 2.17), DCR (1.60 and 3.00) and DM (1.81 and 2.26), while in females there was no increase. Conclusion The decline in rates in areas of social exclusion, the non-expansion of inequality in women and, due to cerebrovascular and hypertensive diseases in men, is probably due to the existence of a universal health system. The expansion of inequality between men requires adequate health services to ensure the integrality of this group.