Rev. Bras. Saúde Mater. Infant. (Online); 23 (), 2023
Publication year: 2023
Abstract Objectives:
to investigate digital dating violence among adolescents. Methods:
qualitative research, applying the ecological engagement methodology, carried out in a non-governmental organization. The final sample consisted of eight male and female adolescents, aged between 16 and 19 years old. Data were analysed according to Content Analysis technique, with triangulation of instruments and technique: biosociodemographic questionnaire; field notes; semi-structured interview; questionnaire "Knowing Dating Relationships". Results:
digital violence was frequent and naturalized in dating; despite mutual violence, bidirectionality in dating violence did not mean gender symmetry; the pandemic was linked to the daily increase in Internet use via mobile phones, but it did not increase dating violence. Impulsivity was used in attempts to resolve conflicts in dating, associated not only with adolescence, but also with the increasing digitization and acceleration of relationships within our society. Adolescents were direct and/or indirect victims of violence in their main development microsystems (family, school and neighborhood), simultaneously exposed to different types of violence, since childhood. Conclusions:
the digital microsystem can be seen as another context for the perpetration and victimization of violence. Preventive actions should consider the various expressions of violence (physical, psychological, sexual and digital) and their repercussions for physical and mental health.
Resumo Objetivos:
investigar a violência digital no namoro entre adolescentes. Métodos:
pesquisa qualitativa, utilizando o método da Inserção Ecológica, realizada numa Organização não Governamental, com amostra final de oito adolescentes dos gêneros masculino e feminino (16 e 19 anos). Os dados foram analisados segundo a técnica de Análise de Conteúdo, com triangulação de instrumentos e técnica: questionário biosociodemográfico; diário de campo; entrevista individual semiestruturada; questionário "Conhecendo as Relações de Namoro". Resultados:
a violência digital foi frequente e naturalizada no namoro; apesar da violência mútua, a bidirecionalidade na violência no namoro não significou simetria de gênero; a pandemia esteve ligada ao aumento diário do uso da Internet via celular, mas não potencializou a violência no namoro. A impulsividade marcou as tentativas de resolução de conflitos no namoro, associada não só à adolescência, mas também à crescente digitalização e aceleração das relações no âmbito da nossa sociedade. Os adolescentes foram vítimas diretas e/ou indiretas de violência nos principais microssistemas de desenvolvimento (familiar, escolar e bairro), expostos simultaneamente a diferentes tipos de violência, desde a infância. Conclusões:
o microssistema digital pode ser visto como mais um contexto de perpetração e vitimização de violência. Recomenda-se que ações preventivas considerem as várias expressões da violência (física, psicológica, sexual e digital) e seus desdobramentos à saúde física e mental.