Recurrent Anterior Shoulder Dislocation After Trauma with Coracoid Apophysis Fracture - A Rare Association
Luxação anterior recorrente do ombro após traumatismo com fratura apófise coracoide - Uma associação rara
Rev. Bras. Ortop. (Online); 58 (4), 2023
Publication year: 2023
Abstract Anterior dislocations represent about 96% of total shoulder dislocations, with recurrence/instability being more common in young patients. Injury of other shoulder structures is frequent, namely bony Bankart lesion. However, the association with coracoid apophysis fracture is very rare. The present article describes the clinical case of a 67-year-old man who presented to the emergency department with complaints of persistent omalgia, with acute episodes, beginning after a fall from his own height. The patient also presented history of shoulder trauma 3 months earlier, which was evaluated at another hospital. Shoulder anterior dislocation was observed radiographically, and the computed tomography (CT) confirmed bone erosion of the anteroinferior part of the glenoid (bone loss of about 50% of the anteroposterior diameter in the lower region of the glenoid), with almost complete resorption of the bony Bankart lesion (apparent in later analysis of the radiography of the initial traumatic episode). Connectedly, a transverse fracture of the coracoid apophysis (type II in the Ogawa classification) was diagnosed. The patient was submitted to surgical treatment, with anterior bone stop confection using the remnant of the fractured fragment of the coracoid supplemented by tricortical autologous iliac graft, fixed with cannulated screws (according to the Bristow-Latarjet and Eden-Hybinett techniques). In the postoperative follow-up, a good functional result was observed, with no new episodes of dislocation and no significant pain complaints. A rare association of shoulder lesions is described, and the challenge of their treatment is highlighted, given the late diagnosis, as in the case presented.
Resumo As luxações anteriores representam cerca de 96% do total de luxações do ombro, sendo a recidiva/instabilidade mais comum em pacientes jovens. A lesão de outras estruturas do ombro é frequente, nomeadamente a lesão óssea de Bankart. Contudo, a associação com a fratura da apófise coracoide é muito rara. Este artigo descreve o caso clínico de um homem de 67 anos que recorreu ao serviço de urgência com queixas de omalgia persistente, com episódios de agudização, iniciados após queda da própria altura. O paciente apresentava ainda histórico de trauma do ombro 3 meses antes, avaliado em outro hospital. A luxação anterior do ombro foi constatada radiograficamente, e a tomografia computorizada (TC) do ombro confirmou erosão óssea da vertente anteroinferior da glenoide (perda óssea de cerca de 50% do diâmetro anteroposterior na região inferior da glenoide), com reabsorção quase completa de lesão óssea de Bankart (aparente em análise a posteriori da radiografia do episódio traumático inicial). Associadamente, foi diagnosticada uma fratura transversa da apófise coracoide (tipo II da classificação de Ogawa). O paciente foi submetido ao tratamento cirúrgico, com confecção do batente ósseo anterior utilizando remanescente do fragmento fraturado do coracoide suplementado por enxerto autólogo tricortical do ilíaco, fixados com parafusos canulados (de acordo com as técnicas de Bristow-Latarjet e Eden-Hybinett). No seguimento pós-operatório, foi observado um bom resultado funcional, sem novos episódios de luxação e sem queixas álgicas significativas. Descreve-se uma associação rara de lesões do ombro, e salienta-se o desafio do tratamento das mesmas dado o seu diagnóstico tardio, como no caso apresentado.