BioSCIENCE; 81 (2), 2023
Publication year: 2023
Introdução:
Os gliomas são tumores encefálicos e da medula espinhal que se originam nas células gliais e cuja progressão invade o tecido cerebral adjacentee e dentre eles um dos mais desafiadores são localizados no lobo cerebral da ínsula. Estas artérias irrigam estruturas nobres e sua lesão pode produzir danos sensitivos, motores e de linguagem.
Objetivo:
Descrever o impacto da extensão da ressecção, sobrevida global e dos resultados funcionais após a cirurgia dos gliomas insulares, quando estes tumores estejam ou não envolvidos pelas artérias lenticuloestriadas.
Métodos:
Revisão integrativa nas plataformas virtuais em português e inglês, buscando AND ou OR dados através dos seguintes descritores “Gliomas da ínsula, Mapeamento cerebral, Artérias lenticuloestriadas”. A busca inicial foi baseada no título e/ou resumo. Decididos os trabalhos incluíveis foi realizada a leitura na íntegra dos textos. Ao total foram estudados 55 artigos.
Resultados:
O lobo da ínsula fica “escondido” pela sobreposição dos lobos frontal, parietal e temporal. Para alcançá-lo pode-se realizar as abordagens transsilviana ou transcortical. Ocorre que ao chegar na ínsula visualiza-se significativa ramificação constituída pelas artérias lenticuloestriadas, cuja manipulação pode determinar déficit neurológico e, ao se aprofundar no córtex insular, depara-se com outras estruturas tão importantes quanto a própria ínsula. O conhecimento anatômico das artérias lenticuloestriadas e suas relações é de fundamental importância para a ressecção de glioma insular, pois o comprometimento delas e da artéria cerebral média podem determinar a isquemia dos núcleos da base e da cápsula interna.
Conclusão:
O tratamento dos gliomas insulares permanece como grande desafio. Devido à sua localização e possibilidade de desenvolvimento de déficits neurológicos na manipulação cirúrgica é necessário não somente conhecer sua localização topográfica, mas também a íntima relação vascular com as artérias lenticuloestriadas. O envolvimento delas pelo tumor possui implicações na sobrevida e na preservação da função neurológica. O conhecimento detalhado da anatomia da região é fundamental para diminuir complicações que afetem grandemente a qualidade de vida dos pacientes.
Introduction:
Gliomas are brain and spinal cord tumors that originate in glial cells and whose progression invades the adjacent brain tissue and among them one of the most challenging are located in the cerebral lobe of the insula. These arteries supply noble structures and their damage can cause sensory, motor and language damage.
Objective:
To describe the impact of the extent of resection, overall survival and functional results after surgery for insular gliomas, when these tumors are or are not involved by lenticulostriate arteries.
Methods:
Integrative review on virtual platforms in Portuguese and English, searching for AND or OR data using the following descriptors “Insula gliomas, Brain mapping, Lenticulostriate arteries”. The initial search was based on the title and/or abstract. Once the included works were decided, the texts were read in full. In total, 55 articles were studied.
Results:
The insula lobe is “hidden” by the overlap of the frontal, parietal and temporal lobes. To achieve this, transsylvian or transcortical approaches can be performed. It turns out that when arriving at the insula, a significant branch made up of lenticulostriate arteries is seen, the manipulation of which can cause neurological deficits and, when going deeper into the insular cortex, one comes across other structures as important as the insula itself. Anatomical knowledge of the lenticulostriate arteries and their relationships is of fundamental importance for the resection of insular glioma, as their involvement and that of the middle cerebral artery can determine ischemia of the basal ganglia and internal capsule.
Conclusion:
The treatment of insular gliomas remains a major challenge. Due to its location and the possibility of developing neurological deficits during surgical manipulation, it is necessary not only to know its topographic location, but also the intimate vascular relationship with the lenticulostriate arteries. Their involvement by the tumor has implications for survival and preservation of neurological function. Detailed knowledge of the region’s anatomy is essential to reduce complications that greatly affect patients’ quality of life.