Temporal analysis and contextual factors associated with HIV/AIDS in Brazil from 2000 to 2019
Análise temporal e fatores contextuais associados ao HIV/aids no Brasil entre 2000 e 2019

Rev. saúde pública (Online); 57 (), 2023
Publication year: 2023

ABSTRACT OBJECTIVE:

To describe the profile of the HIV/AIDS epidemic in Brazil and its Federation Units by gender, identify its associated contextual factors, and track changes in its epidemiological pattern from 2000 to 2019.

METHODS:

This is an ecological study with epidemiological data from DATASUS and population data from the Brazilian Institute of Geography and Statistics. Time-series analyses of incidence rates by gender and trends were performed by joinpoint regressions, obtaining the average annual percent change (AAPC). Then, all genders were analyzed regarding the association between AAPC and the following contextual indicators: Municipal Human Development Index (HDI-M), Gini Index, Social Vulnerability Index, illiteracy rates, proportion of late diagnosis, and proportion of test distribution.

RESULTS:

Incidence rates in men showed a linear decreasing trend (AAPC = −0.6; 95%CI −1.1 to 0.0). Rates in women increased from 2000 to 2009 and decreased from 2010 to 2019, tending upward throughout the period (AAPC = 1.4; 95%CI 0.8 to 1.9). Analyses by gender ratio showed a downward trend (AAPC = −1.8; 95%CI −2.3 to −1.3), indicating a reduction in the rates in men when compared to women. Indicators and the AAPC showed an inverse association for all genders, in which the HDI-M was the variable with the most pronounced association, showing that higher human development indices are associated with lower variations in HIV/AIDS rates.

CONCLUSION:

Case distribution differ across genders, with an upward incidence trend in women and a possible association with gender-related vulnerabilities. It is important to think about public policies that consider these dimensions.

RESUMO OBJETIVO:

Descrever o perfil da epidemia de HIV/aids no Brasil e nas unidades da federação de acordo com o sexo, identificar os fatores contextuais associados e acompanhar mudanças no padrão epidemiológico entre 2000 e 2019.

MÉTODOS:

Estudo ecológico utilizando dados epidemiológicos do Datasus, e populacionais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Inicialmente foram realizadas análises de séries temporais das taxas de incidência por sexo e de tendências por regressões joinpoint, com obtenção da média da variação percentual das taxas (average annual percent change - AAPC). Posteriormente procedeu-se a uma análise, para ambos os sexos, da associação da AAPC com os indicadores contextuais Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDH-M), Índice de Gini, Índice de Vulnerabilidade Social, taxa de analfabetismo, proporção de diagnóstico tardio e proporção de distribuição de testes.

RESULTADOS:

Observa-se tendência linear de redução nas taxas de incidência para o sexo masculino (AAPC = −0,6; IC95% −1,1 a 0,0). Para o sexo feminino, houve aumento nas taxas entre 2000 e 2009 e declínio entre 2010 e 2019, com uma tendência de incremento no período completo (AAPC = 1,4; IC95% 0,8 a 1,9). As análises por razão entre os sexos indicaram tendência de declínio (AAPC = −1,8; IC95% −2,3 a −1,3), apontando redução nas taxas para o sexo masculino em relação ao sexo feminino. Verificou-se associação inversa dos indicadores com a AAPC para ambos os sexos, sendo IDH-M a variável com associação mais pronunciada, evidenciando que maiores índices de desenvolvimento humano estão associados a menores variações nas taxas de HIV/aids.

CONCLUSÃO:

Os casos se distribuem de formas distintas entre os sexos, com tendência de incremento na incidência em mulheres e possível associação com vulnerabilidades relacionadas ao gênero, sendo importante pensar em políticas públicas que considerem essas dimensões.

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