Demetra (Rio J.); 18 (), 2023
Publication year: 2023
Introdução:
A insegurança alimentar (IA) é caracterizada pela falta de acesso a alimentos em quantidade e qualidade adequadas. Nos últimos anos, uma tendência de crescimento em sua prevalência vem sendo observada, e fatores sociodemográficos parecem influenciar a IA. Objetivo:
Verificar a prevalência de IA e seus fatores associados em domicílios de um município do sul de Santa Catarina. Métodos:
Estudo transversal de base populacional, conduzido em Criciúma-SC em 2019, com indivíduos com ≥18 anos. Todos os domicílios nos quais o chefe da família (indivíduo que contribuía com a maior parte da renda domiciliar) participou da pesquisa foram incluídos nas análises. A IA domiciliar foi avaliada através da Escala Brasileira de Insegurança Alimentar, e características sociodemográficas e alimentares foram avaliadas como variáveis independentes. Para avaliar as associaçõesentre IA e as variáveis independentes, foram realizadas análises ajustadas utilizando-se Regressão de Poisson, considerando nível de significância de 5%. Resultados:
Participaram do estudo 439 domicílios e 562 indivíduos. A prevalência de IA foi de 25,8%, sendo maior nos domicílios com: moradores entre 18 e 29 anos (RP=1,72; IC95%1,08-2,76) e entre 30 e 39 anos (RP=2,02; IC95%1,35-3,03),de cor parda (RP=1,47; IC95% 1,01-2,13), menores de 18 anos de idade (RP=1,70; IC95% 1,16;2,47),e que realizavam 1-2 refeições diárias (RP=2,29; IC95% 1,15-4,60), todos comparados com seus pares. Ademais, a renda apresentou tendência linear inversa com a IA, isto é, conforme a diminuição da renda, maior a prevalência de IA domiciliar (<0,001). Conclusão:
Um em cada quatro domicílios apresenta IA,sendo esse desfecho influenciado por fatores demográficos, socioeconômicos e nutricionais. Diante desses achados, será possível direcionar as ações e políticas públicas para agarantia da alimentação adequada à população.
Introduction:
Food insecurity (FI) is characterized by the lack of access to food in adequate quantity and quality. In recent years, there has been an upward trend in FI, and sociodemographic factors seem to influence it. Objective:
To verify the prevalence of FI and its associated factors in households in a municipality in southern Santa Catarina. Methods:
Population-based cross-sectional study, conducted in Criciúma-SC in 2019, with individuals aged ≥18 years. The analysis included all families in which the head of the household (individual who contributed most of the household income) participated in the research. The Brazilian food insecurity scale assessed the household FI, and sociodemographic and food characteristics were evaluated as independent variables. The study performed adjusted analyses using Poisson regression, considering a significance level of 5% to evaluate the associations between FI and the independent variables. Results:
Four hundred and thirty-nine households and five hundred and sixty-two individuals participated in the study. The prevalence of FI was 25.8%, being higher in households with residents between 18 and 29 years of age (PR=1.72; 95% CI 1.08-2.76) and between 30 and 39 years of age (PR=2.02; 95% CI 1.35-3.03), mixed race (PR=1.47; 95% CI 1.01-2.13), under 18 years of age (PR=1.70; 95% CI 1.16;2.47), and who ate 1-2 meals daily (PR=2.29; 95% CI 1.15-4.60), all compared with their peers. In addition, income showed an inverse linear trend with FI, which means that as income decreases, the prevalence of home FI increases (<0.001). Conclusion:
One in four households is FI, and demographic, socioeconomic, and nutritional factors influence this outcome. Given these findings, it will be possible to direct public actions and policies to ensure adequate food for the population.