Desafios do rastreamento do câncer de mama
Challenges of breast cancer screening
Femina; 51 (9), 2023
Publication year: 2023
A mamografia é o método de eleição para o rastreamento do câncer de mama, sendo o único que
demonstra redução de mortalidade na população de risco habitual.
A periodicidade de realização e a idade de início do rastreamento mamográfico são um tema controverso na
literatura. Entretanto, dados no nosso país apontam para uma porção significativa de neoplasia de mamas em
mulheres abaixo dos 50 anos.
A Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), a Sociedade Brasileira de
Mastologia (SBM) e o Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem (CBR) concordam que o
rastreamento mamográfico deveria ser realizado, anualmente, por todas as mulheres a partir de 40 anos de
idade.
No Brasil, há uma distribuição desigual de mamógrafos nas várias regiões. As políticas de rastreamento
devem considerar essa desigualdade.
A grande maioria dos serviços no Brasil realiza rastreamento oportunístico para o câncer de mama. A
implantação de rastreamento organizado por faixa etária e estratificação de risco pode otimizar os custos do
sistema público de saúde.
Pacientes de alto risco precisam ser rastreadas de forma diferente das pacientes de risco habitual. Essas
pacientes precisam ter acesso à ressonância magnética das mamas e também iniciar seu rastreamento em
idade mais precoce.
O protocolo abreviado da ressonância magnética para rastreamento de pacientes de alto risco para câncer
de mama pode melhorar a adesão e o acesso dessas pacientes ao programa de rastreamento.
A ultrassonografia das mamas não é método de rastreamento isoladamente. Entretanto, ela tem seu papel
como método complementar à mamografia e à ressonância magnética em cenários específicos, bem como
em substituição à ressonância magnética em pacientes com contraindicação ao uso desse método.
As mamas densas possuem baixa sensibilidade para o rastreamento por mamografia