O movimento civil-militar de 1964 e os intelectuais
The 1964 civil-military movement and the intellectuals
Cad. CEDES; 28 (76), 2008
Publication year: 2008
Este estudo deseja captar no movimento da história, em uma conjuntura determinada, tensões que opuseram diferentes sujeitos sociais dos anos de 1970, no Brasil. Em um dos pólos localiza-se o pensamento expresso pelos primeiros governantes do movimento civil-militar que ocuparam o aparelho de Estado em 1964. Humberto Castelo Branco, presidente da República, Flávio Suplicy de Lacerda, ministro da Educação e Cultura, e Raymundo Moniz de Aragão, com seus pronunciamentos no V Fórum Universitário, encarregaram-se de transmitir o pensamento do governo à sociedade. Na seqüência, em curto espaço de tempo, os reflexos apareceriam no aparato legal da reforma universitária consentida. O contraponto à visão oficial encontra-se, para fins deste trabalho, em um texto da época de autoria de Florestan Fernandes e que resultou da conferência proferida na abertura do I Fórum de Professores, realizado no Rio de Janeiro em 1968. Espera-se, analisando o conflito ideológico, alcançar uma compreensão crítica mais acurada do movimento civil-militar de 1964 e das suas relações com diferentes intelectuais.
This study aims to identify, within the movement of history in a given conjuncture, tensions that have opposed several social characters of the 1970s, in Brazil. The thinking expressed by the first leaders of the civil-military movement that took over the State apparatus in 1964 represents one pole. Through their speeches at the V University Forum, Humberto de A. Castelo Branco, President of the Republic, Flávio Suplicy de Lacerda, Minister of Education and Culture, and Raymundo Moniz de Aragão, communicated the government's views on education to the society. These would be very soon included in the legal regulations of the University Reform. For this work, the opposite pole to this official vision is a historical writing by Florestan Fernandes produced after the lecture he gave at the opening of the I Professors' Forum, held in 1968 in Rio de Janeiro. Analyzing this ideological conflict, we hope to reach a more accurate critical understanding on the 1964 civil-military movement and its relationships to different intellectuals.