"Cê anda igual bandido!": o que dizem os jovens sobre a construção midiática do criminoso?
"You look like a thug!": how do young people view the media's construction of the criminal?
« "T'as l'air d'un voyou! »: comment les jeunes perçoivent-ils la construction médiatique du criminel?
"¡Pareces un bandido!': ¿qué dicen los jóvenes sobre la construcción del criminal en los medios de comunicación?
Psicol. USP; 35 (), 2024
Publication year: 2024
Resumo A partir do cenário brasileiro, marcado por diferentes expressões da violência, são construídas práticas midiáticas que representam a juventude pauperizada de forma a criminalizar tal grupo. Este artigo apresenta uma discussão a respeito dos sentidos produzidos por jovens de 14 a 16 anos sobre as representações midiáticas expressas por setores da mídia hegemônica. Trata-se de uma pesquisa participante, delineada a partir da perspectiva do sociólogo Orlando Fals-Borda e da ideia de coautoria de Mikhail Bakhtin. A pesquisa foi realizada em uma cidade do estado de Minas Gerais, e foram construídos sete grupos de discussão, em que reportagens nas quais jovens são associados a episódios tidos como criminosos foram discutidas. Por meio dos diálogos construídos, foi possível identificar que o conteúdo midiático pode resultar em uma série de violências nas vidas desses jovens, que resistem através da busca por estratégias criativas, envolvendo a arte e mídias alternativas.
Abstract From a scenario marked by different expressions of violence emerge media practices set on criminalizing impoverished youth. This article examines the meanings produced by youth aged 14 to 16 years about the media representations broadcasted by hegemonic sectors. A participative research designed based on sociologist Orlando Fals-Borda's work and Mikhail Bakhtin's co-authorship was conducted with youth from the state of Minas Gerais. Seven discussion groups were created to debate the association between youth and criminal activity on the news. Analysis of the dialogues showed that media content can impart a series of violence in their lives. However, they resist through creative strategies involving art and alternative media.
Résumé A partir d'un scénario marqué par différentes expressions de la violence ressortent des pratiques médiatiques visant à criminaliser la jeunesse appauvrie. Cet article discute les significations produits par des jeunes de 14 à 16 ans à propos des représentations médiatiques formulées par les secteurs hégémoniques. Une recherche intervenante, esquissée d'après la perspective du sociologue Orlando Fals-Borda et du concept de cocréation de Mikhail Bakhtin, a été réalisée dans une ville de l'État du Minas Gerais. Sept groupes de discussion ont été créé pour débattre des reportages où des jeunes sont associés à des épisodes criminels. L'analyse des dialogues a montré que le contenu des médias peut mener à une série de violences dans leur vie. Pourtant, ils résistent grâce à des stratégies créatives faisant appel à l'art et aux médias alternatifs.
Resumen A partir del escenario brasileño, marcado por diferentes expresiones de violencia, se construyen prácticas mediáticas, para criminalizar a la juventude más pobre. Este artículo discute los sentidos producidos por jóvenes de 14 a 16 años respecto a las representaciones mediáticas, expressadas por sectores de los medios hegemónicos. Se trata de una investigação participante, diseñada a partir de la perspectiva del sociólogo Orlando Fals-Borda y la idea de coautoría de Mikhail Bakhtin. La investigación fue realizada en una ciudad del estado de Minas Gerais, mediante siete grupos de discusión, donde se analizaron las asociaciones que hacen de los jóvenes con episodios delictivos. A partir de los diálogos establecidos, se encontró que lo proyectado por los medios de comuncación puede resultar de considerables violencias en la vida de aquellos jóvenes, quienes se resisten a través de la búsqueda de estrategias creativas como el arte y medios alternativos.