Arq. Asma, Alerg. Imunol; 7 (4), 2024
Publication year: 2024
Objetivo:
Identificar possíveis fatores sociodemográficos, econômicos, de saúde, ambientais e de hábitos de vida associados a efeitos adversos sobre a saúde de moradores em três cidades brasileiras. Método:
Estudo transversal com abordagem quantitativa realizado nas cidades de Imperatriz (Maranhão), Palmas (Tocantins) e Salvador (Bahia). Participaram 975 pacientes (18 a 75 anos) atendidos em unidades básicas de saúde no período de junho de 2021 a junho de 2022. Esses indivíduos foram selecionados aleatoriamente (amostra de conveniência). Foi aplicado o questionário padronizado sobre fatores sociodemográficos e exposição a fatores ambientais, assim como o de hábitos de vida. Empregou-se a situação de saúde (excelente/boa x regular/ má/péssima) como desfecho, foi realizada análise multivariada seguida por regressão logística respeitando-se cada município individualmente e o seu coletivo. Os dados foram apresentados como odds ratio (OR) e intervalos de confiança de 95% (IC95%). Resultados:
Em todas as cidades houve predomínio de pacientes do sexo feminino: 58,3% em Imperatriz, 67,5% em Tocantins e 65,4% em Salvador. A prevalência de tabagismo (presente e/ou passado) foi significantemente mais elevada em Salvador, assim como a de consumo de álcool. Houve maior referência de saúde regular/má/péssima entre os moradores de Imperatriz, apesar de em Salvador haver o maior relato de comorbidades. Os fatores ambientais associados à condição precária de saúde, em ambos os modelos de análise, foram: ter sido exposto durante a infância a fogão a lenha/carvão/querosene/outro; passar mais de duas horas na cozinha, com fogão em funcionamento; e residir próximo a uma fonte poluidora. Morar em Imperatriz revelou chance 1,8 vezes maior de ter saúde debilitada quando comparado aos moradores de Salvador, e de 1,7 vezes para os de Palmas. Conclusões:
Profissionais de saúde deverão orientar a população quanto as questões socioambientais que interferem nos índices de saúde. Os dados demográficos, ambientais e econômicos podem interferir nas condições de saúde.
Objective:
To identify potential sociodemographic, socioeconomic, health, environmental, and lifestyle factors associated with adverse health effects in residents of 3 Brazilian cities. Methods:
This cross-sectional study with a quantitative approach was conducted in the cities of Imperatriz (Maranhão), Palmas (Tocantins), and Salvador (Bahia). A total of 975 patients aged 18 to 75 years treated at primary health care units from June 2021 to June 2022 were selected via convenience sampling. A standardized questionnaire on sociodemographic characteristics, exposure to environmental factors, and lifestyle habits was administered. The outcome measured was health status (excellent/good vs fair/bad/very poor). Multivariate analysis was performed using logistic regression, respecting each municipality individually and collectively. Data were presented as odds ratios (OR) and 95%CIs. Results:
Women predominated in all cities: 58.3% in Imperatriz, 67.5% in Tocantins, and 65.4% in Salvador. The prevalence of smoking (present and/or past) was significantly higher in Salvador, as was the prevalence of alcohol consumption. Despite Salvador having the highest rate of comorbidities, residents of Imperatriz reported more instances of fair/poor/very poor health. Environmental factors significantly associated with poor health conditions in both analysis models included exposure to wood/ coal/kerosene/other stoves during childhood, spending more than 2 hours in the kitchen with a working stove, and living close to a pollution source. Residents of Imperatriz were 1.8 times and 1.7 times more likely to have poor health compared with residents of Salvador (a more developed center with more health resources) and Palmas, respectively. Conclusions:
Health professionals should guide the population regarding socio-environmental issues affecting health indices. Demographic, environmental, and economic data can impact health conditions.