Reflexos da pandemia de covid-19 na rotina de vida e trabalho das docentes da UFRJ
Impacts of the COVID-19 pandemic in the life and work routine of UFRJ professors
Impactos de la pandemia del COVID-19 sobre la rutina de vida y trabajo de los profesores de la Universidad Federal do Rio de Janeiro
Rev. Baiana Saúde Pública; 48 (1), 2024
Publication year: 2024
A pandemia de covid-19 impactou profundamente a saúde pública e a área da educação do ensino superior, o que refletiu em inovações e desafios para as docentes do ensino superior da Universidade Federal do Rio de Janeiro. O objetivo deste estudo foi contribuir para o debate acerca dos reflexos da pandemia no trabalho e na vida das docentes da Universidade. Utilizou-se a pesquisa qualitativa e adotou-se a entrevista semiestruturada realizada com 36 docentes do sexo feminino das unidades vinculadas ao Centro de Filosofia e Ciências Humanas da instituição. As entrevistas foram realizadas e gravadas por meio da plataforma Zoom, e para a análise utilizou-se o método de interpretação de sentidos. Os resultados apontaram que no contexto pandêmico novas exigências foram postas à profissão, com a implantação do ensino remoto emergencial. Esse novo cenário provocou desgaste emocional, expresso por sensações de cansaço, impotência, sobrecarga de trabalho, adoecimento e dificuldades de relacionamento com os alunos. A pandemia apontou a sobrecarga de trabalho como fator de risco para o adoecimento das docentes da Universidade, por envolver questões como as desigualdades de gênero, conciliação das esferas pública e privada, excesso de trabalho e ausência de políticas institucionais voltadas para as mulheres no contexto pandêmico.
The COVID-19 pandemic had profound impacts on public health and on higher education, which reflected in innovations and challenges for professors at the Federal University of Rio de Janeiro (UFRJ), especially female ones who had to adapt to multiple work routines and lockdown policies. This qualitative study sought to contribute to the debate about the pandemic effects on the work and lives of UFRJ professors. Data were collected by semi-structured interviews conducted with 36 female professors from units linked to the Philosophy and Human Sciences Center (CFCH). All interviews were conducted and recorded through the Zoom platform. Qualitative data analysis was performed using the interpretation of meanings. Results pointed out that new demands were placed on the profession during the pandemic with the implementation of Emergency Remote Teaching. This new scenario caused great emotional distress, expressed by feelings of tiredness, impotence, work overload, illness and relation difficulties with students. The pandemic revealed that work overload has acted as a risk factor for illness among higher education professors at UFRJ, as it involves issues such as gender inequalities, conciliation of the public and private spheres, overwork and absence of institutional policies aimed at women in the pandemic context.
La pandemia del COVID-19 generó profundos impactos en la salud pública y en el área de la educación superior, lo que resultó en innovaciones y desafíos para los profesores de educación superior de la Universidad Federal do Rio de Janeiro. El objetivo de este estudio fue contribuir al debate sobre los efectos de la pandemia en el trabajo y la vida de los docentes de la Universidad. Se utilizó una investigación cualitativa y se realizaron entrevistas semiestructuradas a 36 profesoras de unidades vinculadas al Centro de Filosofía y Ciencias Humanas de la Universidad. Las entrevistas se realizaron y se grabaron en la plataforma Zoom, y para el análisis se utilizó el método de interpretación de significado. Los resultados señalaron que en el contexto de pandemia se impusieron nuevas exigencias a la profesión, con la implementación de la enseñanza remota de emergencia. Este nuevo escenario provocó agotamiento emocional, expresado por sentimientos de cansancio, impotencia, sobrecarga de trabajo, enfermedad y dificultades para relacionarse con los estudiantes. La pandemia reveló la sobrecarga de trabajo como factor de riesgo para la enfermedad de docentes de la Universidad, ya que involucra cuestiones como desigualdades de género, conciliación de las esfera pública y privada, exceso de trabajo y falta de políticas institucionales dirigidas a las mujeres en el contexto pandémico.