Qualidade de vida de pacientes afásicos pós acidente vascular cerebral

Amaral, Cláudia Maria Silva Ribeiro; Santos, Karlos Thiago Pinheiro dos

Cerca de um terço da população acometida por Acidente Vascular Cerebral (AVC) pode desencadear afasia, sendo esta caracterizada pela perda ou comprometimento da função de linguagem, podendo causar prejuízos na compreensão, emissão da fala, habilidades de leitura, escrita e numéricas, considerada um preditor importante de sofrimento emocional e qualidade de vida (QV) negativa. O objetivo proposto de avaliar aspectos da QV de pacientes afásicos pós AVC.Trata-se de um estudo quantitativo, observacional, analítico e transversal realizado em um centro de reabilitação. Os critérios de inclusão foram idade acima de 18 anos, de ambos os sexos e excluídos pacientes com tempo de lesão menor que 6 meses, com história pregressa de doenças psiquiátricas e/ou condições neurológicas progressivas concomitantes. Foram coletados os dados sociodemográficos, as variáveis clínicas e aplicado o questionário SAQOL-39. Para análise estatística foi considerado o nível de 5% de significância.

Resultados:

Dos 33 participantes, 54,5% eram do sexo feminino, com prevalência de idade de 28 a 49 anos (45,5%), majoritariamente indivíduos casados (54,5%), tendo o cônjuge como o principal cuidador (58,1%). O domínio mais afetado foi o da comunicação (2,23) e o energia (3,15) o menos afetado. Foi observado relevância significativa entre QV e faixa etária, sexo, tipo de AVC, o não uso de cadeira de rodas e alterações motoras. Entre as diversas sequelas provenientes do AVC em afásicos, que influenciam diretamente no bem-estar geral, a comunicação parece ser a habilidade que mais impacta na QV destes indivíduos

About a third of the population affected by Cerebral Vascular Accident (CVA) can trigger aphasia, which is characterized by the loss or impairment of the language function, which can cause impairments in comprehension, speech emission, reading, writing and numerical skills, considered a important predictor of emotional distress and negative quality of life (QoL).

Objective:

Evaluate QoL aspects of aphasic patients after stroke.

Method:

Quantitative, observational, analytical and cross-sectional study carried out in a rehabilitation center. Inclusion criteria were age above 18 years, of both genders, and patients with injury time of less than 6 months, with a past history of psychiatric illnesses and/or concomitant progressive neurological conditions were excluded. Sociodemographic data and clinical variables were collected and the SAQOL-39 questionnaire was applied. For statistical analysis, a significance level of 5% was considered.

Results:

Of the 33 participants, 54.5% were female, with an age prevalence of 28 to 49 years (45.5%), mostly married individuals (54.5%), with the spouse as the main caregiver (58.1 %). The most affected domain was communication (2.23) and energy (3.15) the least affected. Significant relevance was observed between QoL and age group, sex, type of stroke, non-use of a wheelchair and motor alterations.

Conclusion:

Among the various sequelae from stroke in aphasic patients, which directly influence general well-being, communication seems to be the skill that most impacts the QoL of these individuals