HU rev; 49 (), 2023
Publication year: 2023
Introdução:
A alta prevalência do uso de medicamentos na população brasileira pode interferir na prescrição odontológica. Objetivos:
Identificar os medicamentos em uso por pacientes atendidos em uma clínica de cirurgia oral menor e estimar os riscos de interações medicamentosas (IM) potenciais com fármacos comumente prescritos em procedimentos cirúrgicos. Materiais e Métodos:
Realizou-se um estudo piloto analítico e transversal, sendo incluídos 24 pacientes atendidos na Clínica de Cirurgia Oral da Faculdade de Odontologia de uma universidade pública brasileira. Os dados foram coletados por meio de um questionário exploratório. Todos os medicamentos foram classificados no sistema Anatomical Therapeutic Chemical (ATC). As IM potenciais foram analisadas no banco de dados do Drugs® após correlação entre os medicamentos em uso pelo paciente e os medicamentos comumente prescritos em cirurgia oral.Resultados:
Observou-se prevalência de 66,7% (n= 16) no uso de pelo menos 1 medicamento dentre os pacientes atendidos na clínica de cirurgia oral, com média de 3,5 (±2,2) medicamentos, sendo a polifarmácia identificada em 16,6% pacientes (n= 4). A média de idade dos usuários de medicamentos foi de 52 (±16) anos e totalizou-se 56 medicamentos. Os fármacos mais prevalentes foram aqueles atuantes nos sistemas nervoso e cardiovascular. Quando simuladas as adições dos fármacos comumente prescritos em cirurgia oral (anti-inflamatórios, analgésicos e antimicrobianos) aos medicamentos em uso pelos 16 pacientes, identificou-se 75 IM potenciais diferentes, sendo 61 (81%) de gravidade moderada e 14 (19%) de gravidade alta. As IM potenciais mais frequentes foram de anti-hipertensivos com anti-inflamatórios, enquanto as de importância clínica grave envolveram fármacos de ação central e analgésicos opioides. Conclusão:
Observou-se alta prevalência na utilização de medicamentos pelos pacientes atendidos na clínica de cirurgia oral, com importante risco de interações com medicamentos prescritos em procedimentos cirúrgicos.
Introduction:
The high prevalence of drug use in the Brazilian population can interfere with dental prescriptions.Objective:
To identify drugs being used by patients seen at a minor oral surgery clinic and to estimate the risks of potential drug interactions (DI) with drugs commonly prescribed in surgical procedures. Materials and Methods:
An analytical and cross-sectional pilot study was carried out, including 24 patients treated at the Oral Surgery Clinic of the Dental School of a Brazilian Federal University. Data were collected through an exploratory questionnaire. All drugs were classified in the Anatomical Therapeutic Chemical (ATC) system. Potential DI were analyzed in the Drugs® database after correlation between the drugs used by the patient and the drugs commonly prescribed in oral surgery.Results:
There was a prevalence of 66.7% (n= 16) in the use of at least 1 medication among patients seen at the oral surgery clinic, with a mean of 3.5 (±2.2) medications, with polypharmacy identified in 16.6% patients (n= 4). Mean age of medication users was 52 (±16) years, totaling 56 medications. The most prevalent drugs were those acting on the nervous and cardiovascular systems. When the additions of drugs commonly prescribed in oral surgery (anti-inflammatory drugs, analgesics and antimicrobials) to the drugs used by the 16 patients were simulated, 75 different potential DI were identified, 61 (81%) of moderate severity and 14 (19%) of high gravity. The most frequent potential DIs were antihypertensives with anti-inflammatory drugs, while those of serious clinical importance involved centrally acting drugs and opioid analgesics. Conclusion:
There was a high prevalence of medication use by patients seen at the oral surgery clinic, with a significant risk of interactions with prescribed medications in surgical procedures.