Hansen. int; 49 (), 2024
Publication year: 2024
Introdução:
a hanseníase apresenta potencial incapacitante secundário às reações hansênicas. Existe considerável número de indivíduos com episódios recorrentes de reação durante o tratamento. Objetivo:
identificar características clínicas e histopatológicas que diferenciem pacientes com reação hansênica ou não. Método:
estudo prospectivo de julho/2015 a dezembro/2016, com avaliação de indivíduos com diagnóstico novo de hanseníase atendidos no serviço de dermatologia do Complexo Hospitalar Clementino Fraga, na cidade de João Pessoa, Paraíba, Brasil. Os sujeitos foram classificados segundo os critérios de Ridley-Jopling/Madrid e por classificação operacional. Realizaram exame histopatológico no momento do diagnóstico e após 12 meses, e reavaliados após 6 e 12 meses do diagnóstico. Resultados:
o grupo sem reação apresentou maior número de lesões com nítida delimitação. Observou-se predomínio das formas multibacilares entre indivíduos com reação. Quanto ao grau de incapacidade, o grupo com reação apresentou maior número de indivíduos com grau de incapacidade maior que zero. No grupo sem reação, encontrou-se menor frequência de fatores predisponentes. Notou-se correlação positiva do índice baciloscópico de biópsia cutânea com a ocorrência de reações. Discussão:
a ausência de delimitação periférica das lesões pode se correlacionar com o surgimento de reação hansênica. O predomínio de reação entre os indivíduos que apresentavam grau de incapacidade maior que zero sugere associação de deficiência física e doença multibacilar. A ausência de fatores predisponentes aponta menor risco de reação hansênica. Observou-se correlação positiva do índice baciloscópico da biópsia com a ocorrência das reações. Conclusão:
a significativa prevalência de reações graves enfatizam a importância do estudo contínuo da hanseníase e a necessidade de identificar precocemente as características clínicas sugestivas de reações hansênicas.(AU)
Introduction:
leprosy reactions have the potential to cause disabilities. Many individuals experience recurrent episodes of reaction during treatment. Objective:
to identify clinical and histopathological characteristics that differentiate patients with leprosy reactions from those without leprosy reactions. Method:
this is a prospective study conducted from July 2015 to December 2016, evaluating individuals newly diagnosed with leprosy and treated at the dermatology service of the Clementino Fraga Hospital Complex in João Pessoa, Paraíba, Brazil. The subjects were classified according to the Ridley-Jopling/Madrid criteria and operational classification. They underwent a histopathological examination at the time of diagnosis and 12 months later, and were reassessed 6 and 12 months after the diagnosis. Results:
the group without a reaction had a greater number of lesions with clear delimitation. Individuals with a reaction showed a predominance of multibacillary forms. The group with a reaction had a greater number of individuals with a degree of disability greater than zero. A positive correlation was observed between the bacilloscopic index and the occurrence of reactions. Discussion:
the lack of clear boundaries around the lesions may be linked to the onset of a leprosy reaction. The higher incidence of reactions in individuals with some degree of physical disability indicates a correlation between disability and multibacillary disease. Additionally, a positive correlation was found between the bacilloscopic index of the biopsy and the occurrence of reactions. Conclusion:
the high incidence of severe reactions underscores the need for ongoing studies on leprosy and the identification of early clinical characteristics that suggest leprosy reactions.(AU)