Rev. Psicol., Divers. Saúde; 13 (1), 2024
Publication year: 2024
INTRODUÇÃO:
Neste artigo, buscamos articular questões referentes à Terapia de Família Sistêmica (TFS), estudos de sexualidade
e gênero, perspectiva decolonial e interseccionalidade. Expomos como podemos pensar a partir destas problematizações as experiências familiares de pessoas que se situam no avesso ou nas margens da cisheteronormatividade e discutir sobre a diversidade que compõe a família,
para além de uma visão restritiva deste termo. OBJETIVO:
Fazer uma crítica construtiva à TFS, apontando o apagamento que esta disciplina
possui em relação às vivências de pessoas LGBTQIAP+ (lésbicas, gays, transexuais e travestis, queer, intersexo, assexuais, pansexuais e demais
orientações sexuais e identidades de gênero). METODOLOGIA:
O artigo possui caráter ensaístico e sustentado em um material empírico
oriundo de entrevistas de caráter biográfico/trajetórias de vida. Propomos aqui a perspectiva queer e decolonial, aliada à interseccionalidade
como estratégia de análise de histórias de vida a fim de compreender os arranjos familiares de mulheres lésbicas, bissexuais e pansexuais.
RESULTADOS:
As entrevistadas demonstraram múltiplas realidades, baseando-se tanto em vivências de violência quanto de aceitação em suas
famílias de origem, focando suas jornadas na construção de laços de apoio com suas famílias escolhidas, criando relações de irmandade entre
amigas. CONCLUSÕES:
A TFS poderia ampliar seu olhar e escrita sobre a população LGBTQIAP+, utilizando-se da decolonialidade/perspectiva
queer e interseccionalidade como potente guia de análise das relações familiares, visto que as histórias de vida dessas mulheres concentram-se
em lidar com discriminações e desafios associados aos seus diversos marcadores sociais da diferença.
INTRODUCTION:
In this essay, the following themes will be analyzed: Systemic Family Therapy (SFT), sexuality and gender studies,
women, and intersectionality. We expose how these themes combine in the family experiences of people who are on the other side or the
margins of cisheteronormativity and discuss the diversity that makes up the family, beyond a restrictive view of this term. OBJECTIVE:
Make
a constructive criticism of TFS, pointing out the erasure that this discipline has in relation to the experiences of LGBTQIAP+ people (lesbians,
gays, transsexuals and transvestites, queer, intersex, asexual, pansexual, and other sexual orientations and gender identities). We propose
intersectionality as a strategy for analyzing life stories to understand the family arrangements of lesbian, bisexual and pansexuals women.
METHODOLOGY:
This essay is based on empirical material from biographical interviews/life trajectories. We propose here intersectionality as a
strategy for analyzing life stories to understand the family arrangements of lesbian, bisexual and pansexual women. RESULTS:
The interviewees
demonstrated multiple realities, based on both experiences of violence and acceptance in their families of origin. And focusing their journeys
on building supportive bonds with their chosen families, creating sisterhood relationships between friends. CONCLUSIONS:
TFS could broaden
its view and writing about the LGBTQIAP+ population, using intersectionality as a powerful guide for analyzing family relationships. Since these
women's life stories focus on dealing with discrimination and challenges associated with their various social markers of difference.
INTRODUCCIÓN:
En este artículo se analizan los siguientes temas: Terapia Familiar Sistémica (TFS), estudios de sexualidad y género,
mujer e interseccionalidad. Exponemos cómo estos temas se conjugan en las experiencias familiares de personas que están del otro lado o en los
márgenes de la cisheteronormatividad y discutimos la diversidad que conforma la familia, más allá de una visión restrictiva de este término. OBJETIVO:
Hacer una crítica constructiva a TFS, señalando la borradura que tiene esta disciplina en relación a las vivencias de las personas LGBTQIAP+ (lesbianas,
gays, transexuales y travestidos, queer, intersex, asexual, pansexual y otras orientaciones sexuales e identidades de género). METODOLOGÍA:
El artículo tiene carácter ensayístico y se basa en material empírico de entrevistas de carácter biográfico/trayectorias de vida. Proponemos aquí la
interseccionalidad como estrategia de análisis de las historias de vida para comprender los arreglos familiares de mujeres lesbianas, bisexuales y
pansexuales. RESULTADOS:
Los entrevistados evidenciaron múltiples realidades, basadas tanto en experiencias de violencia como de aceptación en
sus familias de origen. Y enfocando sus viajes en construir lazos de apoyo con sus familias elegidas, creando relaciones de hermandad entre amigos.
CONCLUSIONES:
TFS podría ampliar su visión y escritura sobre la población LGBTQIAP+, utilizando la interseccionalidad como una poderosa guía para
analizar las relaciones familiares. Dado que las historias de vida de estas mujeres se centran en lidiar con la discriminación y los desafíos asociados con
sus diversos marcadores sociales de diferencia.