Recorte raça/cor dos indicadores materno-infantis em uma regional de saúde do estado de Goiás
Race/color breakdown of maternal and child indicators in a regional health in the state of Goiás

Rev. Cient. Esc. Estadual Saúde Pública de Goiás Cândido Santiago; 9 (), 2023
Publication year: 2023

Embora o Sistema Único de Saúde tenha os princípios de universalidade e equidade, parcelas da sociedade possuem acesso deficiente aos serviços prestados, dentre elas, pessoas de grupos étnico-raciais com ancestralidade negra. Estudos anteriores mostraram prejuízos na assistência materna e infantil, com pior cuidado oferecido às mães pardas e pretas no Brasil.

Objetivos:

Avaliar indicadores materno-infantis da Regional Nordeste I de Goiás entre 2011 e 2021, com recorte raça/cor.

Métodos:

Trata-se de um estudo ecológico, com dados coletados do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS). Foram realizadas estatísticas descritiva e analítica dos indicadores materno-infantis da regional, com comparação entre os grupos de raça/cor.

Resultados:

Observou-se piora dos indicadores materno-infantis nas mulheres pretas e indígenas, com maiores porcentagens de partos pós-termo e filhos com baixo peso ao nascer, quando comparadas às mulheres brancas e pardas. Apenas 54,56% das gestantes realizaram 6 ou mais consultas de pré-natal, o que provavelmente foi a causa de uma alta prevalência de sífilis congênita local. Mantém-se baixa adesão em consultas de puerpério e puericultura. Observou-se grande incompletude dos dados sobre raça/cor no DATASUS.

Conclusões:

A falta de adesão das gestantes e mães às consultas de pré-natal, puerpério e puericultura foi a principal falha observada na regional. A falta de vínculo entre equipes de saúde e usuárias do SUS, alta prevalência de famílias carentes e de residentes de zonas rurais na região dificultam o acesso aos serviços de saúde e a continuidade do cuidado
Although Brazil's universal health system has the principles of universality and equity, parts of society have poor access to the services provided, including people from ethnic-racial groups with black ancestry. Previous studies have shown losses in maternal and child care, with worse care offered to brown and black mothers in Brazil.

Objectives:

To evaluate maternal and child indicators in the Northeast I region of Goiás between 2011 and 2021, with a race/color breakdown.

Methods:

This is an ecological study, with data collected from the Department of Informatics of the Unified Health System (DATASUS). Descriptive and analytical statistics were carried out on the region's maternal and child indicators, with a comparison between race/color groups.

Results:

A worsening of maternal and child indicators was observed in black and indigenous women, with higher percentages of post-term deliveries and children with low birth weight, when compared to white and brown women. Only 54.56% of pregnant women had 6 or more prenatal consultations, which is probably the reason for the high prevalence of congenital syphilis locally. Adherence to puerperium and childcare appointments remains low. The data on race/color in DATASUS was very incomplete.

Conclusions:

Lack of adherence by pregnant women and mothers to prenatal, puerperium and childcare appointments was the main shortcoming observed in the region. The lack of links between health teams and SUS users, the high prevalence of poor families and rural residents in the region make access to health services and continuity of care difficult

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