Sci. med. (Porto Alegre, Online); 34 (1), 2024
Publication year: 2024
Aims:
evaluate the medical professionals’ knowledge about Q fever, seeking integrative contributions to public health that may favor the formulation of policies and the development of strategies based on a One Health approach. Methods:
this is a cross-sectional and quantitative study with data collection through a structured questionnaire applied face-to-face to physicians from various clinical specialties working at the three levels of health care in Brazil. The questionnaire consisted of 25 questions, seven of which were specific to assessing knowledge about Q fever. Univariate and multivariate logistic regression analyses were conducted to assess whether the variables medical specialty, level of health care in which they work, age range and gender were associated with a correct answer to at least one specific question about Q fever. Results:
among the 254 physicians included, 236 (92.9%) were unaware of Q fever. Only three (16.6%) of the 18 who correctly answered at least one specific question about the disease had a score of more than 50%. The highest rates of correct answers for at least one question (p < 0.0001) occurred among the me-dical specialties most related to clinical signs and symptoms or the differential diagnosis of Q fever and among males. It is highlighted that 85.8% of physicians consider Q fever a neglected and underreported disease in Brazil. Additionally, all physicians responded that they were not aware of the One Health approach.Conclusions:
the almost total lack of knowledge among medical professionals regarding Q fever reinforces the need for greater disclosure for this zoonosis with a One Health approach in Medical Schools, in Residency Programs and for physicians in general. In addition, the inclusion of Q fever in the national list of notifiable diseases becomes relevant, allowing a better understanding of its epidemiological situation in Brazil. Finally, effective public health actions must be carried out to avoid underdiagnosis and the development of severe cases of the disease
Objetivos:
avaliar o conhecimento dos profissionais médicos sobre a febre Q, visando contribuições integrativas para saúde pública que possam favorecer a formulação de políticas e o desenvolvimento de estratégias baseadas na abordagem de Saúde Única.Métodos:
trata-se de um estudo transversal e quantitativo com coleta de dados por meio de questionário estruturado aplicado presencialmente a médicos de diversas especialidades clínicas que atuam nos três níveis de atenção à saúde no Brasil. O questionário foi composto por 25 questões, sendo sete específicas de avaliação de conhecimento sobre a febre Q. Foram realizadas análises de regressão logística univariada e multivariada para avaliar se as variáveis especialidade médica, nível de assistência à saúde em que atua, faixa etária e sexo estavam associadas ao acerto de pelo menos uma questão específica sobre a febre Q.Resultados:
dos 254 médicos incluídos, 236 (92,9%) desconheciam a febre Q. Apenas três (16,6%) dos 18 que acertaram pelo menos uma questão específica sobre a doença obtiveram um aproveitamento superior a 50%. As maiores taxas de acerto de pelo menos uma questão (p < 0,0001) ocorreram entre as especialidades médicas mais relacionadas aos sinais e sintomas clínicos ou ao diagnóstico diferencial da febre Q e entre os do sexo masculino. Destaca-se que 85,8% dos médicos consideram a febre Q uma doença negligenciada e subnotificada no Brasil. Além disso, todos os médicos responderam que não conheciam a abordagem de Saúde Única.Conclusões:
o quase total desconhecimento dos profissionais médicos sobre a febre Q reforça a necessidade de maior divulgação desta zoonose com abordagem de Saúde Única nas Faculdades de Medicina, nos Programas de Residência e para os médicos em geral. Além disso, torna-se relevante a inclusão da febre Q na lista nacional de doenças de notificação compulsória, permitindo uma melhor compreensão da sua situação epidemiológica no Brasil. Por fim, devem ser realizadas ações eficazes de saúde pública para evitar o subdiagnóstico e o desenvolvimento de casos graves da doença