A experiência do distanciamento social: entre presenças, ausências e sentidos
The experience of social distancing: between presences, absences and senses
La experiencia del distanciamento social: entre presencias, ausencias y sentidos
Barbarói; (64), 2023
Publication year: 2023
O presente ensaio teórico buscou discutir as transformações que a experiência de distanciamento social, em decorrência da pandemia do novo coronavírus, tem operado nas formas de produção compartilhada de sentidos. Para tal, utilizamos as contribuições da abordagem enativa da cognição sobre o conceito de produção de sentidos. As noções de presença e ausência, como dimensões coproduzidas e relevantes nas vivências coletivas do último período permearam toda a reflexão. Compreendemos o sentido como uma realização incorporada que movimenta e mantém a vida e sua rede de relações, de modo que não é produzido apenas individualmente, mas também participativamente. Avançamos na discussão sobre a experiência corporal de ausências, destacando a solidão no aspecto que compreendemos aqui como ausência de produção compartilhada de sentidos. Como resposta à ausência do outro, as interações por internet ganharam relevância. Discutimos as presenças mediadas tecnologicamente, dando ênfase ao papel das redes sociais no cotidiano, às formas de produzir sentidos participativamente neste contexto, atenuando as emoções de ausência, mas por outro lado intensificando sofrimentos específicos gerados por esse modo de se relacionar e produzir subjetividade. Concluímos apontando para a diversidade de formas de experienciar os efeitos da pandemia, inclusive ressalvando que não apenas as ausências provocaram sofrimento neste período, mas também algumas presenças, causando sobrecarga pelas demandas de cuidado.(AU)
This theoretical essay sought to discuss the transformations that the experience of social distancing due to the pandemic of the new coronavirus has operated in the forms of participatory sense-making. To this end, we use contributions from the enactive approach to cognition on the concept of sense-making. The notions of presence and absence, as coproduced and relevant dimensions in the collective experiences of the last period, permeated all reflection. We understand the sense as an embodied realization that moves and maintains life and its network of relationships, so that it is produced not only individually, but also participatively. We advanced in the discussion about the bodily experience of absences, highlighting loneliness in the aspect that we understand here as the absence of participatory sense-making. In response to the absence of the other, internet interactions have gained relevance. We discussed the presences technologically mediated, emphasizing the role of social media in everyday life, the ways of participatory sensemaking in this context, attenuating the emotions of absence, but on the other hand intensifying specific sufferings generated by this way of relationship and producing subjectivity. We conclude by pointing to the diversity of ways of experiencing the effects of the pandemic, including that not only the absences caused suffering in this period, but also some presences, causing overload by care demands.(AU)
Este ensayo teórico buscó discutir las transformaciones que ha operado la experiencia de distanciamiento social debido a la pandemia del nuevo coronavirus en las formas de creación de sentido participativo. Con este fin, utilizamos contribuciones del enfoque enactivo de la cognición sobre el concepto de producción de sentido. Las nociones de presencia y ausencia, como dimensiones coproducidas y relevantes en las vivencias colectivas del último período, permearon toda reflexión. Entendemos el sentido como una realización encarnada que mueve y mantiene la vida y su red de relaciones, de modo que se produce no sólo de forma individual, sino también participativa. Avanzamos en la discusión sobre la vivencia corporal de las ausencias, destacando la soledad en el aspecto que aquí entendemos como ausencia de producción de sentidos participativos. En respuesta a la ausencia del otro, las interacciones por Internet han ganado relevancia. Discutimos las presencias mediadas tecnológicamente, enfatizando el papel de las redes sociales en la vida cotidiana, las formas de crear sentidos participativamente en este contexto, atenuando las emociones de ausencia, pero por otro lado intensificando los sufrimientos específicos generados por esta forma de relacionarse y producir subjetividad. Concluimos señalando la diversidad de formas de vivir los efectos de la pandemia, incluyendo que no solo las ausencias causaron sufrimiento en este período, sino también algunas presencias, provocando sobrecarga por las demandas de cuidado.(AU)