Perfil ecoepidemiológico das arboviroses dengue, zika e chikungunya no estado de Mato Grosso do Sul, de 2015 a 2021

Gonzaga, Dirce Maria Ignácio Dos Santos; Klener, Jéssica; Goldfinger, Ana Paula Rezende De Oliveira; Barbosa, Karine Ferreira; Vanzela, Luiz Sergio; Vazquez, Gisele Herbst; Frias, Danila Fernanda Rodrigues

Dengue, zika e chikungunya são arboviroses transmitidas por vetores principalmente dos gêneros Culex e Aedes. São consideradas um grave problema global de saúde pública, devido sua grande dispersão territorial e aumento da necessidade de ações cada dia mais complexas relacionadas ao seu controle e prevenção.

Objetivo:

Descrever o perfil ecoepidemiologico das arboviroses no estado de Mato Grosso do Sul, durante o período de 2015 a 2021. Realizou-se um estudo transversal, descritivo, retrospectivo e quantitativo com dados secundários cedidos pela Secretaria de Estado de Saúde de Mato Grosso do Sul.

As informações coletadas foram:

número de notificações, zona de residência, faixa etária, escolaridade, raça/cor, sexo, classificação final do caso, critério de confirmação e evolução final.

Resultados:

Foram notificados 317.514 casos de dengue, 2.350 de zika e 3.779 de chikungunya com taxa de prevalência respectivamente de 12.598,81/100.000 hab., 84,18/100.000 hab. e 230,24/100.000 hab. Os indivíduos mais afetados foram adultos com faixa etária economicamente ativa, ensino médio completo, sexo feminino, raças/cor branca e parda. O aumento dos casos se inicia no mês de novembro, mantendo-se elevado até maio/junho. Dentre as notificações, 54,8% foram confirmadas para dengue, 91,8% para zika e 16,7% para chikungunya. A taxa de letalidade foi 0,1% para dengue e 0,5% para chikungunya. Não houve óbitos para zika. O estado de Mato Grosso do Sul apresentou elevado número de notificações de dengue, e baixo de zika e chikungunya, e a prevalência dos casos diminuíram a partir de 2020, o que pode indicar a possível ocorrência de subnotificações devido ao surgimento da pandemia de COVID-19 no Brasil

Dengue, zika, and chikungunya are arboviral diseases transmitted by vectors of the genera Culex and Aedes, mainly. They are considered a serious global public health problem due to their broad territorial spread and the growing need for increasingly complex actions related to their control and prevention.

Objective:

Describe the eco-epidemiological profile of arboviral diseases in the state of Mato Grosso do Sul from 2015 to 2021.

Methods:

A cross-sectional, descriptive, retrospective, and quantitative investigation was carried out using secondary data provided by the State Department of Health of Mato Grosso do Sul.

The collected information consisted of:

number of notifications, area of residence, age group, education, race, sex, final classification of the case, confirmation criteria, and final evolution.

Results:

A total of 317,514 cases of dengue, 2,350 cases of zika, and 3,779 cases of chikungunya were reported with prevalence rates were 12,598.81; 84.18; and 230.24 cases per 100,000 inhabitants, respectively. The most affected individuals were adults in the economically active age group, with high school completed, female, white, and brown. Cases begin to rise in November, remaining high until May/June. Among the notifications, 54.8% were confirmed for dengue, 91.8% for zika, and 16.7% for chikungunya. Fatality rate was 0.1% for dengue and 0.5% for chikungunya.

Conclusions:

There were no deaths from zika. The state of Mato Grosso do Sul had a high number of dengue notifications and a low number of zika and chikungunya notifications, and the prevalence of cases decreased from 2020 onwards, which may indicate the possibility of underreporting due to the emergence of the COVID-19 pandemic in Brazil