Prevalência e fatores associados à autopercepção negativa da saúde em usuários atendidos na atenção primária em um município do norte gaúcho
Prevalence and factors associated with negative self-perception of health in patients treated in primary care in a municipality in the north of the state of Rio Grande do Sul

Rev. APS (Online); 26 (Único), 2023
Publication year: 2023

A autopercepção da saúde é considerada um importante indicador das condições de saúde por se basear em critérios subjetivos e objetivos e por sua capacidade preditora de morbimortalidade, sendo, portanto, utilizada como instrumento norteador de ações de promoção da saúde. Objetivou-se estimar a prevalência de autopercepção negativa da saúde e sua associação com fatores sociodemográficos, de saúde e de comportamento em usuários da Atenção Primária à Saúde. Trata-se de um estudo transversal realizado em Passo Fundo, RS, entre maio e agosto de 2019, com adultos e idosos em atendimento na Atenção Primária à Saúde. Calculou-se a prevalência do desfecho, com intervalo de confiança de 95% (IC95) e as Razões de Prevalência (RP) brutas e ajustadas, visando identificar os fatores associados. A amostra foi de 1.443 participantes, com prevalência do desfecho de 47% (IC95 44-49), sendo esta maior entre mulheres, idosos, portadores de multimorbidade, com dor crônica, polimedicados, com insônia, em tratamento psicológico e com autopercepção negativa da alimentação. Por outro lado, os usuários com no mínimo o ensino superior, brancos, não tabagistas e aqueles com hábitos alimentares inadequados estiveram menos associados ao desfecho. Conclui-se que a alta prevalência de autopercepção negativa da saúde e os fatores associados reforçam a necessidade da atenção por parte dos profissionais de saúde para a promoção de intervenções específicas e efetivas nessa população.
Self-perceived health is considered an important indicator of health conditions because it is based on subjective and objective criteria and because of its predictive capacity for morbidity and mortality, therefore, it is used as a guiding instrument for health promotion actions. The objective of this study was to estimate the prevalence of negative self-rated health and its association with sociodemographic, health and behavioral factors in users of Primary Health Care. It was about a cross-sectional study carried out in Passo Fundo, RS, between May and August 2019, with adults and elderly people cared for at the Primary Health Care. The prevalence of the outcome was calculated, with a 95% confidence interval (CI95) and the crude and adjusted Prevalence Ratios (PR) in order to identify the associated factors. The sample consisted of 1,443 participants, with an outcome prevalence of 47% (CI95 44-49), which was higher among women, elderly, multimorbidity patients, with chronic pain, polymedicated, with insomnia, undergoing psychological treatment and with self-perception negative food. On the other hand, users with at least higher education, whites, non-smokers and those with inadequate eating habits were less predisposed to the outcome. It is concluded that the high prevalence of negative self-perception of health and associated factors reinforce the need for attention by health professionals to promote specific and effective interventions in this population.

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