Distúrbios Comun. (Online); 36 (2), 2024
Publication year: 2024
Introdução:
A Fonoaudiologia é uma profissão jovem, mas sua regulamentação, entretanto, é fruto de um longo processo, iniciado algumas décadas antes. Vários documentos deixam marcas desta trajetória e contam histórias das questões e tensões presentes no momento de sua elaboração. Objetivos:
Discutir a questão da autonomia do profissional da Fonoaudiologia a partir da análise de alguns de seus documentos normatizadores, considerando dois momentos significativos: a) a mudança de tecnólogo para profissional de nível superior, em 1981 e b) a ameaça de perda de direitos na ocasião da tramitação do Projeto de Lei do Ato Médico, em 2001. Método:
Pesquisa documental, descritiva exploratória, de caráter qualitativo. Resultados:
A palavra diagnóstico aparece de forma implícita no texto da Lei 6965/81 e no primeiro Código de Ética, em 1984, e de forma explícita, enquanto competência do fonoaudiólogo, nos códigos de 1995 e 2004. A palavra autonomia não aparece na Lei nem no código de 1984. É mencionada de forma restrita no código de 1995 e apenas referida como autonomia profissional ampla no código de 2004. Conclusão:
Analisar as questões e as tensões presentes na elaboração de documentos normativos de uma profissão permite destacar o conjunto de valores, as disputas de poder e o caráter ético e político presente nestas definições. Permite também perceber o quanto estes processos são dinâmicos, incessantes e, ainda, o quanto algumas situações se colocam no tempo presente, resgatando debates antigos. (AU)
Introduction:
Speech therapy is a young profession, but its regulation, however, is the result of a long process, started a few decades earlier. Several documents leave marks of this trajectory and tell stories of the issues and tensions present at the time of their preparation. Objectives:
To discuss the issue of the autonomy of Speech Therapy professionals based on the analysis of some of their standardizing documents, considering two significant moments: a) the change from technologist to higher education professional, in 1981 and b) the threat of loss of rights in occasion of the processing of the Medical Act Bill, in 2001. Method:
Documentary, exploratory, qualitative research. Results:
The word diagnosis appears implicitly in the text of Law 6965/81 and in the first Code of Ethics, in 1984, and explicitly, as a speech therapist competence, in the codes of 1995 and 2004. The word autonomy does not appear in the Law nor in the 1984 code. It is mentioned in a restricted way in the 1995 code and only referred to as broad professional autonomy in the 2004 code. Conclusion:
Analyzing the issues and tensions present in the preparation of normative documents for a profession allows us to highlight the set of values, power disputes and the ethical and political character present in these definitions. It also allows us to understand how dynamic and incessant these processes are and, also, how much some situations arise in the present time, rescuing old debates. (AU)
Introducción:
La logopedia es una profesión joven, pero su regulación, sin embargo, es el resultado de un largo proceso, iniciado algunas décadas antes. Varios documentos dejan huellas de esta trayectoria y cuentan historias de los problemas y tensiones presentes en el momento de su preparación. Objetivos:
Discutir la cuestión de la autonomía de los profesionales de Logopedia a partir del análisis de algunos de sus documentos normativos, considerando dos momentos significativos: a) el paso de tecnólogo a profesional de educación superior, en 1981 y b) la amenaza de pérdida de derechos con motivo de la tramitación del Proyecto de Ley Médica, en 2001. Método:
Investigación documental, exploratoria, cualitativa. Resultados:
La palabra diagnóstico aparece implícitamente en el texto de la Ley 6965/81 y en el primer Código de Ética, de 1984, y explícitamente, como competencia del logopeda, en los códigos de 1995 y 2004. La palabra autonomía no aparece en la Ley ni en el código de 1984. Se menciona de forma restringida en el código de 1995 y sólo se la denomina amplia autonomía profesional en el código de 2004. Conclusión:
Analizar las cuestiones y tensiones presentes en la elaboración de documentos normativos para una profesión permite resaltar el conjunto de valores, las disputas de poder y el carácter ético y político presentes en estas definiciones. También nos permite comprender cuán dinámicos e incesantes son estos procesos y, también, cuánto surgen algunas situaciones en la actualidad, rescatando viejos debates. (AU)