Rev. Fac. Odontol. Porto Alegre (Online); 65 (1), 2024
Publication year: 2024
Objetivo:
Descrever a distribuição da presença de dor dentária entre escolares brasileiros. Materiais e Métodos:
Estudo observacional transversal com dados das edições de 2015 e 2019 da Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar. A prevalência de dor dentária nos seis meses anteriores aos inquéritos e seus respectivos Intervalos de Confiança (IC95%)foram estimados e estratificados de acordo com as características sociodemográficas e comportamentais. As variáveis foram comparadas entre os dois inquéritos considerando a presença ou ausência de sobreposição entre os IC95%.Resultados:
Foi observada redução na prevalência de dor dentária entre os levantamentos de 2015 e 2019(23,5%[IC95% 22,1-24,9]vs.21,2% [IC95% 21,0-21,5]). As maiores prevalência de dor dentária foram observadas entre estudantes do sexo feminino (IC95% 24,4-28,0 vs. IC95%23,4-24,3), com 16 ou 17 anos de idade (IC95% 21,5-25,6 vs. IC95%23,2-24,4), com cor da pele autodeclarada preta (IC95% 25,7-34,4 vs. IC95% 23,0-24,8), filhos de mães sem escolaridade ou com ensino fundamental incompleto (IC95% 24,5-29,6vs.IC95%24,9-26,4), estudantes de escolas públicas (IC95%23,1-26,1vs. IC95%23,0-28,9) e que declararam escovar os dentes nenhuma ou uma vez ao dia (IC95% 24,7-33,8 vs. IC95%26,6-29,2). Discussão:
Um contexto socioeconômico mais baixo, incluindo a renda familiar e a escolaridade materna, influenciam hábitos e comportamentos, causando impactos negativos na saúde bucal e na rotina de adolescentes brasileiros. Conclusão:
Apesar da prevalência de dor dentária apresentar uma discreta diminuição entre as edições de 2015 e 2019, adolescentes em situação de vulnerabilidade permanecem sendo os grupos mais acometidos por dor dentária.
Aim:
To describe the distribution of dental pain presence among Brazilian schoolchildren. Materials and methods:
Cross-sectional observational study using data from the 2015 and 2019 editions of the Brazilian National School Health Survey. The prevalence of dental pain in the six months prior to the surveys and their respective confidence intervals (95%CI) were estimated and stratified according to sociodemographic and behavioral characteristics. The variables were compared between the two surveys considering the presence or absence of overlap between the 95%CI. Results:
A reduction in the prevalence of dental pain was observed between the surveys of 2015 and 2019 (23.5% [CI95% 22.1-24.9] vs. 21.2% [CI95% 21.0-21.5]). The highest prevalence of dental pain was observed among female students (CI95% 24.4-28.0 vs. CI95% 23.4-24.3), aged 16 or 17 years (CI95% 21.5-25.6 vs. CI95% 23.2-24.4), with self-declared black skin color (CI95% 25.7-34.4 vs. CI95% 23.0-24.8), children of mothers with no education or incomplete elementary education (CI95% 24.5-29.6 vs. CI95% 24.9-26.4), students from public schools (CI95% 23.1-26.1 vs. CI95% 23.0-28.9), and those who reported brushing their teeth once or none a day (CI95% 24.7-33.8 vs. CI95% 26.6-29.2).Discussion:
A lower socioeconomic context, including family income and maternal education, influences habits and behaviors, causing negative impacts on the oral health and routine of Brazilian adolescents. Conclusion:
Despite the prevalence of dental pain showing a slight decrease between the 2015 and 2019 editions, adolescents in vulnerable situations remain the most affected groups by dental pain.