Rev. Fac. Odontol. Porto Alegre (Online); 65 (1), 2024
Publication year: 2024
Objetivo:
Descrever as complexidades subjacentes à quantificação da interseccionalidade, visando contribuir e fortalecer a capacidade de identificar as iniquidades presentes na esfera da saúde bucal. Revisão de literatura:
A literatura sugere que a interseccionalidade representa uma ferramenta analÃtica que visa a compreensão dos impactos resultantes da interação de sistemas de opressão superpostos, tais como o racismo, o sexismo, o classismo e outras formas de desigualdade. No entanto, apesar dessa abordagem auxiliar na compreensão dos sistemas de desigualdade, além de estudar como as múltiplas posições sociais de um indivÃduo interagem para moldar a saúde, apresenta desafios significativos quando aplicada à pesquisa quantitativa de disparidades em saúde. Discussão:
O consenso na forma de se mensurar a interseccionalidade ainda é incerto. Ao revisar a literatura é possÃvel destacar alguns fatores que poderiam melhor integrar a interseccionalidade na investigação quantitativa de disparidades em saúde. Conclusão:
A abordagem interseccional desempenha papel fundamental na compreensão mais profunda das vulnerabilidades existentes e também oferece subsÃdios para o desenvolvimento de polÃticas públicas eficazes. Assim, embora haja ausência de um consenso claro na forma de mensurar a interseccionalidade, ao analisar a literatura, emergem direções promissoras que podem aprimorar a integração dessa ferramenta na investigação quantitativa de disparidades em saúde bucal, contribuindo, desse modo, na promoção do bem-estar e da saúde para toda população, principalmente aos grupos em situação de vulnerabilidade.
Objective:
To describe the complexities underlying the quantification of intersectionality, contribute to and strengthen the ability to identify inequities present in the sphere of oral health. Literature review:
The literature suggests that intersectionality represents an analytical tool that aims to understand the results resulting from the interaction of overlapping systems of oppression, such as racism, sexism, classism and other forms of inequality. However, although this approach aids in understanding systems of inequality, as well as studying how an individual's multiple social positions interact to shape health, it presents significant challenges when applied to quantitative health disparities research. Discussion:
The consensus on how to measure intersectionality is still uncertain. By reviewing the literature, it is possible to highlight some factors that could better integrate intersectionality in the quantitative investigation of health disparities. Conclusion:
The intersectional approach plays a fundamental role in understanding existing vulnerabilities more deeply and also offers support for the development of effective public policies. Thus, although there is no clear consensus on how to measure intersectionality, when analyzing the literature, some promises emerge that can improve the integration of this tool in the quantitative investigation of disparities in oral health, thus contributing to the promotion of well-being and health for the entire population, especially for groups in vulnerable situations.