Pintamos de urucum, jenipapo e poá: outras cores em diálogo com a ciência e com a saúde
We paint with annatto, genipapo and poá: other colors in dialogue with science and health
Pintamos con achiote, genipapo y poá: otros colores en diálogo con la ciencia y la salud
RECIIS (Online); 18 (3), 2024
Publication year: 2024
A trajetória de Diádiney Helena de Almeida na ciência é um caminho formado por muitas vozes, cheiros de ervas e de sons de folhas e galhos estalando no chão, pois o contato com a natureza e os usos de ervas para cura compõem não só a história de vida dela como também seus interesses e suas motivações para a compreensão do mundo. Em entrevista à Reciis, a historiadora fala de suas pesquisas marcadas por leituras a contrapelo de documentos históricos, evidenciando a história vista de baixo, a partir do cotidiano e da perspectiva de sujeitos marginalizados, particularmente, dos curadores populares, rotulados como curandeiros cujas práticas de cura foram historicamente apropriadas pela medicina. A partir desses estudos, a pesquisadora hoje percebe como as concepções de saúde e de doença dos povos indígenas foram rejeitadas, descontextualizadas por um discurso científico guiado pelo extrativismo epistêmico em relação aos povos tradicionais. Diádiney Helena de Almeida é professora da Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC).
The trajectory of Diádiney Helena de Almeida in science is a path shaped by many voices, the smells of herbs and the sounds of leaves and branches cracking on the ground. Her connection with nature and the use of herbs for healing not only form a part of her life story but also her interests and motivations for un-derstanding the world. In an interview with Reciis, the historian talks about her research, characterized by reading historical documents against the grain, highlighting history from below, through the daily lives and perspectives of marginalized subjects, particularly popular healers, labeled as curandeiros, whose healing practices were historically appropriated by medicine. Through these studies, the researcher now notes how the health and disease concepts of indigenous peoples were rejected and decontextualized by a scientific discourse driven by epistemic extractivism regarding traditional peoples. Diádiney Helena de Almeida is a professor at Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC)
La trayectoria de Diádiney Helena de Almeida en la ciencia es un camino formado por muchas voces, los olores de hierbas y sonidos de hojas y ramas crujientes en el suelo. El contacto con la naturaleza y el uso de hierbas para la curación no solo forman parte de su historia de vida, sino también de sus intereses y motivaciones para comprender el mundo. Entrevistada por Reciis, la historiadora narra investigaciones marcadas por lecturas a contracorriente de documentos históricos, destacando la historia vista desde abajo, desde el cotidiano y la perspectiva de sujetos marginados, en particular, los curadores populares, rotulados como curandeiros, cuyas prácticas de curación fueron apropiadas históricamente por la medicina. A partir de estos estudios, la investigadora hoy percibe cómo las concepciones de salud y enfermedad de los pueblos indígenas fueron rechazadas y descontextualizadas por un discurso científico guiado por el extractivismo epistémico en relación con los pueblos tradicionales. Diádiney Helena de Almeida es profesora em la Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC).