Percepção da qualidade de vida e fatores associados em idosos participantes de programa de atividade física: um estudo transversal

Souza, Fernanda Ulsula de; Castro, Aliane Augustinho; Borges, Lucélia Justino; Mazo, Giovana Zarpellon; Barbosa , Rita Maria dos Santos Puga; Virtuoso, Janeisa Frank; Pelegrini, Andreia

Objetivo:

verificar a associação da qualidade de vida (QV) com sintomas depressivos, capacidade funcional, condições de saúde e atividade física em idosos participantes de programa de atividade física.

Método:

estudo transversal, conduzido em 473 idosos (416 mulheres). Foi aplicado um questionário, em forma de entrevista, para obtenção de informações sobre a QV (World Health Organization Quality of Life -WHOQOL-Old), características sociodemográficas (idade, renda mensal, estado civil, aposentadoria, escolaridade), condições de saúde (uso de medicação, estado nutricional, sintomas depressivos, número de doenças e capacidade funcional) e atividade física. Utilizou-se estatísticas descritivas (média, desvio padrão e distribuição de frequência) e inferenciais (U de Mann-Whitney, Anova One-Way com post hoc de Bonferroni, Kruskall-Wallis com post hoc Dunn e regressão linear múltipla).

Resultado:

o escore médio da QV foi 89,3 pontos, sendo superior nos homens (93,0 pontos) em relação as mulheres (89,2 pontos). Independentemente do sexo, idosos com companheiro, com ausência de sintomas depressivos, com menos de duas doenças e com independência na capacidade funcional apresentaram percepção mais positiva da QV. Na análise de regressão múltipla, observou-se que, em ambos os sexos, a presença de sintomas depressivos contribui para uma percepção mais negativa da QV. Nas idosas, a dependência leve na capacidade funcional prediz negativamente a QV, enquanto nos idosos, quanto maior o número de doenças, pior a percepção da QV.

Conclusão:

idosos tendem a apresentar uma percepção mais positiva da QV quando não apresentam sintomas depressivos, doenças e são independentes em relação à sua capacidade funcional.(AU)

To verify the functional association of physical quality of life (QoL) with physical characteristics, capacity, health conditions and physical activity of participants in the physical activity program.

Method:

Cross-sectional study conducted with 473 elderly (416 women). A questionnaire was applied, in the form of an interview, to obtain information on QoL (World Health Organization Quality of Life -WHOQOL-Old), sociodemographic characteristics (age, monthly income, marital status, retirement, education), health conditions (use of medication, nutritional status, depressive symptoms, number of diseases and functional capacity) and physical activity. Descriptive (mean, standard deviation and frequency distribution) and inferential (Mann-Whitney U, Anova One-Way with Bonferroni post hoc, Kruskall-Wallis with Dunn post hoc and multiple linear regression) statistics were used.

Result:

The meanQoL score was 89.3 points, being higher in men (93.0 points) than in women (89.2 points). Regardless of gender, elderly people with a partner, with no depressive symptoms, with fewer than two diseases and with independent functional capacity present a more positive perception of QoL. In the multiple regression analysis, it was observed that, in both sexes, the presence of depressive symptoms contributes to a more negative perception of QoL. In elderly women, mild dependence on functional capacity negatively predicts QoL, while in the elderly, the greater the number of diseases, the worse the perception of QoL.

Conclusion:

Elderly people tend to have a better positive relationship with QoL when they do not present with thinking disorders, diseases and their relationship with functional capacity is independent.(AU)