Que fatores estão associados a um maior tempo de espera para atendimento nos centros de especialidades odontológicas do brasil?
What factors are associated with longer waiting times for treatment in Dental Specialty Centers in Brazil?
¿Qué factores están asociados con un mayor tiempo de espera para la atención en los Centros de Especialidades Odontológicas de Brasil?

Rev. Ciênc. Plur; 10 (3), 2024
Publication year: 2024

Introdução:

Apesar dos avanços da Política Nacional de Saúde Bucal (PNSB), iniquidades na utilização dos serviços odontológicos persistem, afetando grupos vulneráveis como populações rurais, idosos e pessoas de baixa renda e escolaridade, que enfrentam barreiras significativas de acesso e, consequentemente, piores condições de saúde. Fatores socioeconômicos, tempo de espera e localização geográfica dos centros de saúde, bem como desigualdades sociais a nível municipal, influenciam a utilização desses serviços, revelando a necessidade de intervenções para garantir acesso equitativo. Embora a atenção primária seja mais acessível a esses grupos, a atenção especializada tende a favorecer indivíduos com maior capital social, sugerindo um processo de universalização seletiva.

Objetivo:

O estudo avaliou os fatores individuais e contextuais associados ao tempo de espera para iniciar o tratamento nos Centros de Especialidades Odontológicas (CEO).

Metodologia:

As variáveis independentes individuais referem-se aos usuários, enquanto as variáveis contextuais estão associadas ao município do Centro de Especialidades Odontológicas (CEO), utilizando dados secundários do banco de avaliação externa do Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica (PMAQ-CEO) do primeiro ciclo, com uma amostra de 8.898 usuários provenientes de 935 CEOs.

Resultados:

Observou-se que o tempo de espera para atendimento superior a um mês é significativamente maior entre usuários com escolaridade limitada ao ensino fundamental (Razão de Prevalência [RP] = 1,24), aqueles com renda familiar de até um salário mínimo (RP = 1,39) e usuários sem renda (RP = 1,52). Em nível municipal, um maior tempo de espera foi associado a municípios com menor renda per capita média, especificamente para aqueles com renda de até R$ 471,12 (RP = 1,99).

Conclusões:

Esses dados indicam a presença de desigualdades significativas no tempo de espera por atendimento nos CEOs, ressaltando a necessidade de intervenções que promovam equidade no acesso aos serviços odontológicos (AU).

Introduction:

Despite the advances of the National Oral Health Policy (PNSB), inequalities in the use of dental services persist, affecting vulnerable groups such as rural populations, the elderly, and individuals with low income and education, who face significant barriers to access and, consequently, worse health outcomes. Socioeconomic factors, waiting times, and the geographical location of health centers, along with municipal-level social inequalities, influence the utilization of these services, highlighting the need for interventions to ensure equitable access. While primary care is more accessible to these groups, specialized care tends to favor individuals with greater social capital, suggesting a process of selective universalization.

Objective:

The study evaluated the individual and contextual factors associated with waiting time to start treatment in the Dental Specialty Centers (CEO).

Methodology:

The independent individual variables refer to the users, while the contextual variables are associated with the municipality of the Dental Specialties Center (CEO),using secondary data from the external evaluation database of the National Program for Improvement of Access and Quality in Primary Care (PMAQ-CEO) from the first cycle, with a sample of 8,898 users from 935 CEOs.

Results:

It was observed that the waitingtime for appointments exceeding one month is significantly higher among users with education limited to elementary school (Prevalence Ratio [PR] = 1.24), those with a family income of up to one minimum wage (PR = 1.39), and users without income (PR = 1.52). At the municipal level, longer waiting times were associated with municipalities with lower average per capita income, specifically for those with income of up to R$ 471.12 (PR = 1.99).

Conclusions:

These data indicate the presence of significant inequalities in waiting times for care at the CEOs, highlighting the need for interventions that promote equity in access to dental services (AU).

Introducción:

A pesar de los avances de la Política Nacional de Salud Bucal (PNSB), persisten desigualdades en el acceso a los servicios dentales, afectando principalmente a grupos vulnerables como poblaciones rurales, personas mayores y de bajos ingresos o educación. Estos grupos enfrentan barreras significativas que afectan su salud bucal. Factores como los socioeconómicos, los tiempos de espera y la ubicación de los centros de salud, además de las desigualdades sociales a nivel municipal, influyen en el uso de estos servicios, lo que destaca la necesidad de intervenciones para garantizar un acceso equitativo. Aunque la atención primaria es más accesible, la atención especializada tiende a beneficiar a quienes tienen mayor capital social, lo que apunta a una universalización selectiva.

Objetivo:

evaluar los factores individuales y contextuales relacionados con el tiempo de espera para iniciar el tratamiento en los Centros de Especialidades Odontológicas (CEO).

Metodología:

consistió en analizar variables individuales y contextuales asociadas con los usuarios y los municipios de los CEOs, utilizando datos secundarios del Programa Nacional de Mejora del Acceso y la Calidad de la Atención Primaria (PMAQ-CEO), con una muestra de 8.898 usuarios de 935 centros.

Resultados:

los tiempos de espera superiores a un mes fueron significativamente mayores entre los usuarios con educación primaria incompleta (RP = 1.24), aquellos con ingresos familiares de hasta un salario mínimo (RP = 1.39) y los usuarios sin ingresos (RP = 1.52). Además, a nivel municipal, los mayores tiempos de espera se asociaron con municipios de menor ingreso per cápita, especialmente aquellos con ingresos de hasta R$ 471,12 (RP = 1.99).

Conclusiones:

losresultados subrayan las desigualdades en los tiempos de espera, destacando la necesidad de políticas para promover la equidad en el acceso a la atención odontológica (AU).

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