HU Rev. (Online); 50 (), 2024
Publication year: 2024
Introdução:
Avanços nas técnicas cirúrgicas visam aprimorar a segurança, previsibilidade e redução de morbidade na cirurgia ortognática. No entanto, como em qualquer procedimento cirúrgico, existem riscos de complicações durante e após a intervenção. Objetivo:
Identificar intercorrências transoperatórias e complicações pós-operatórias em procedimentos de cirurgia ortognática realizadas no Hospital Universitário da Universidade Federal de Juiz de Fora (HU-UFJF) e no Hospital Santa Casa de Misericórdia de Juiz de Fora. Material e Métodos:
Este estudo transversal analisou prontuários, no período de fevereiro a dezembro de 2020, que continham descrições cirúrgicas e exames de imagens de pacientes submetidos à cirurgia ortognática no HU-UFJF e no Hospital Santa Casa de Misericórdia, executadas no mesmo período da análise. Resultados:
Dos 100 prontuários avaliados, 18% apresentaram intercorrências transoperatórias e 70% apresentaram complicações pós-cirúrgicas. Não houve associação significativa entre a idade e a presença de intercorrência (p= 0,843) ou complicações (p= 0,694). Da mesma forma, não foi observada associação entre gênero, intercorrências e complicações (p= 0,298 e p= 0,383). Houve uma associação significativa entre complicações (p= 0,001), intercorrências (p=0,021) e o tipo de osteotomia. Conclusão:
Existe uma grande variedade de complicações associadas à cirurgia ortognática, que devem ser reconhecidas e tratadas em tempo hábil para prevenir consequências severas. As alterações transoperatórias mais frequentes registradas neste estudo envolveram o gap maxilar com necessidade de enxerto ósseo na osteotomia em nível Le Fort I e dificuldade de fixação dos segmentos ósseos, associadas à osteotomia sagital do ramo da mandíbula bilateral e mento. Enquanto a complicação mais comum, foi a parestesia transitória do nervo alveolar inferior associada à osteotomia sagital bilateral do ramo mandibular em cirurgias combinadas ou exclusivas no terço inferior da face.
Introduction:
Advances in surgical techniques aim to enhance safety, predictability, and reduce morbidity in orthognathic surgery. However, as with any surgical procedure, there are risks of complications during and after the intervention. Objective:
To identify intraoperative complications and postoperative complications in orthognathic surgery procedures performed at the University Hospital of the Federal University of Juiz de Fora (HU-UFJF) and the Santa Casa Hospital in Juiz de Fora. Material and Methods:
This cross-sectional study analyzed medical records, from February to December 2020, containing surgical descriptions and imaging exams of patients undergoing orthognathic surgery at HU-UFJF and Santa Casa Hospital during the same period. Results:
Out of 100 medical records assessed, 18% exhibited intraoperative complications, and 70% presented postoperative complications. There was no significant association between age and the presence of intraoperative (p= 0.843) or postoperative complications (p= 0.694). Similarly, no association was observed between gender, intraoperative complications, and postoperative complications (p= 0.298 and p= 0.383). There was a significant association between complications (p= 0.001), intraoperative complications (p=0.021), and the osteotomy type. Conclusion:
There are a wide variety of complications associated with orthognathic surgery, which must be recognized and treated in a timely manner to prevent severe consequences. The most frequent intraoperative changes recorded in this study involved the maxillary gap with the need for bone grafting in the osteotomy at Le Fort I level and difficulty in fixing the bone segments, associated with the sagittal osteotomy of the bilateral ramus of the mandible and chin. The most common complication was transient paresthesia of the inferior alveolar nerve associated with bilateral sagittal osteotomy of the mandibular ramus in combined or exclusive surgeries on the lower third of the face.