Cad. Saúde Pública (Online); 32 (9), 2016
Publication year: 2016
Resumo:
É sabido que à escola chegam crianças e jovens com diferentes pontos de partida. O que não se sabe ao certo é até onde chegam essas crianças e jovens, e que percurso a escola lhes reserva, particularmente numa altura em que os profissionais de educação se veem divididos entre inúmeras tarefas (algumas meramente administrativas) e parece cada vez mais comum atribuir-se ao comportamento "pouco adequado" dos alunos explicações de natureza tendencialmente biomédica. Face à emergência crescente de transtornos e déficits torna-se, assim, inevitável refletir criticamente acerca do que efetivamente acarretam em termos de saúde pública. Este artigo centra-se numa investigação acerca do papel da escola no sucesso educativo e no desenvolvimento integral dos alunos sinalizados ou com indicação médica para ingestão de medicação a partir de diagnósticos "nebulosos". O conceito de medicalização adquire uma dimensão central e as suas implicações são discutidas baseando-se num conjunto de notas de campo e entrevistas realizadas com pais e profissionais de educação da Zona Norte de Portugal.
Abstract:
Children and youth reach school with different starting points. It is not known for sure how far these children and youth will go, and what path the school holds for them, particularly at a stage in which teachers are divided in multi-tasking (with some tasks that are merely administrative). Meanwhile, it is increasingly common to explain students' "inappropriate" behavior in biomedical terms. The increasing emergence of disorders and deficits calls for critical reflection on what they actually involve in public health terms. Thisarticle addresses the school's role in the educational achievement and comprehensive development of students flagged for or with clinical indication of medication based on "fuzzy" diagnoses. The concept of medicalization acquires a central position, and the article discusses its implications based on a set of field notes and interviews with parents and teachers in the North of Portugal.
Resumen:
Es sabido que a la escuela llegan niños y jóvenes con diferentes puntos de partida. Lo que no se sabe con seguridad es hasta dónde llegan esos niños y jóvenes, y qué trayectoria les depara la escuela, particularmente, en el estadio en el que los profesionales de educación se ven divididos entre innumerables tareas (algunas meramente administrativas), y donde parece que es cada vez más común atribuirle al comportamiento "poco adecuado" de los alumnos explicaciones de naturaleza tendencialmente biomédica. Frente a la emergencia creciente de trastornos y déficits es, de este modo, inevitable reflexionar críticamente a cerca de lo que efectivamente suponen en términos de salud pública. Este artículo se centra en una investigación sobre el papel de la escuela en el éxito educativo, y en el desarrollo integral de los alumnos señalados o con indicación médica para la ingestión de medicación a partir de diagnósticos "nebulosos". El concepto de medicalización adquiere una dimensión central y sus implicaciones se discuten basándose en un conjunto de notas de campo y entrevistas realizadas con padres y profesionales de educación de la Zona Norte de Portugal.