O estudo tem como objetivo analisar as categorias emergentes dos discursos de trabalhadores da terra, jovens, adultos e idosos, participantes da turma de alfabetização do Núcleo de Educação Popular (NEP) da Universidade do Estado do Pará (UEPA), no município de São Domingos do Capim, PA, no que tange aos saberes e práticas de saúde cotidianas e doenças do trabalho. A pesquisa, em uma abordagem qualitativa, ocorreu entre 2003 e 2004. Entrevistaram-se dezesseis trabalhadores-alfabetizandos em seus domicílios. Constatou-se que o trabalho é um modo de existir que exige esforço e, por conta disso, desencadeia um conjunto de sinais e sintomas de doenças no/do corpo-instrumento de trabalho. A reza, os remédios (da farmácia e da mata) e o tempo contribuem com/no cuidar de si e do outro. Concluiu-se que os saberes, representações e imaginários são construídos entre o cuidar para ter saúde, o cuidar para minimizar os sinais e sintomas das doenças do trabalho e o cuidar dos corpos-instrumento doentes pelo esforço do trabalho