Apesar das políticas de atenção à saúde incentivarem atualmente o atendimento domiciliar aos pacientes portadores de doenças crônicas, grande parte das famílias assume o papel de cuidadora sem estar devidamente preparada, enfrentando dificuldades de diversas ordens, agravadas por sua baixa inserção social. O objetivo deste estudo foi conhecer como a família vivencia essa situação ao cuidar de um tipo especial de paciente crônico, o neurocirúrgico. Utilizando metodologias qualitativas e abordagem fenomenológica, o estudo foi realizado no setor de neurologia de um hospital filantrópico, entre familiares cuidadores que foram acompanhados e entrevistados durante a internação e, posteriormente, no domicílio.

Da análise de conteúdo dos depoimentos emergiram quatro categorias empíricas:

a vivência do universo da doença; a comunicação com a equipe de saúde: espaço de técnica e de interação; entre a dor e a esperança: a linguagem dos sentimentos; a reconstrução do cotidiano. Os achados apontam a promoção da autonomia dos cuidadores e a necessidade de articulação entre os diversos serviços de saúde envolvidos na assistência