Impacto e (i)mobilização: um estudo sobre campanhas de prevenção ao câncer
Impact and (im)mobilization: a study of cancer prevention campaigns

Ciênc. Saúde Colet. (Impr.); 12 (5), 2007
Publication year: 2007

Nos últimos anos, o governo e parte da sociedade brasileira têm-se mobilizado intensificando o planejamento de ações de prevenção, controle e assistência aos pacientes com câncer. A análise das estimativas da incidência e mortalidade por câncer no Brasil colocam em cheque a efetividade das campanhas de prevenção. Uma das dimensões que parece não ter sido levada suficientemente em conta nas estratégias de formação das campanhas diz respeito aos fatores psicossociais implicados nestas campanhas. Neste trabalho, analisamos as respostas de quinze universitárias quanto aos slogans de sete campanhas de prevenção ao câncer. Foram avaliados o poder de mobilização das campanhas, tendo como referente sua associação com a representação de câncer como morte. Os resultados sugerem uma diferença importante entre o impacto das campanhas e seu poder de efetivamente mobilizar a população para a prevenção e o tratamento. Concluímos que elementos de natureza psicossocial, como a representação social de câncer, a auto-estima, as relações entre individualidade e coletividade, os discursos de gênero e o caráter ideológico dos slogans devem ser levados em conta na elaboração de campanhas de prevenção ao câncer.
During the past few years, the Brazilian government and society have been engaged in planning actions designed to prevent and control several types of cancer that can be either prevented or treated successfully if diagnosed early. However, recent data on cancer mortality rates in Brazil rebut the effectiveness of these actions. The literature shows that psychosocial factors associated with these campaigns have not received sufficient attention from the authorities and campaign producers. This paper analyzes comments by fifteen women undergraduates on seven cancer prevention campaign slogans, assessing their mobilization power on the basis of their association with the representation of cancer as death. The findings suggest an important difference between the impacts of these campaigns and their effective power to mobilize the population to seek treatment and prevention. This leads to the conclusion that psychosocial elements such as the social representation of cancer, self-esteem, relationships between individuality and collectivity, gender discourse and the ideological nature of the slogans must be taken into account when preparing cancer prevention campaigns.

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