O trabalho como operador de saúde
Work as a promoter of health
Ciênc. Saúde Colet. (Impr.); 19 (12), 2014
Publication year: 2014
Os estudos sobre a relação entre saúde e trabalho tendem a destacar seu viés negativo e patológico, como se o trabalho produzisse apenas adoecimento e alienação. Ao contrário, nossa proposta é pensar como o trabalho também pode produzir saúde. A partir do conceito de saúde de Canguilhem e das contribuições das chamadas "clínicas do trabalho", queremos analisar a função do trabalho como operador de saúde. Canguilhem afirma que a saúde não é adaptativa, ou seja, não é um bem adaptar-se ao mundo, mas uma criação de normas de vida. Já as clínicas do trabalho nos fornecem ferramentas para nos aproximar do saber-fazer produzido pelos trabalhadores em seu cotidiano de trabalho, ou seja, de como os trabalhadores não apenas adaptam-se ao trabalho, mas o criam e recriam permanentemente. Sendo assim, podemos pensar no trabalho como operador de saúde quando há lugar para a criação coletiva e pessoal, bem como para o reconhecimento do trabalhador em sua atividade.
Studies on the relation between health and work tend to highlight the negative and pathological aspects, as if work produces only sickness and alienation. On the contrary, our proposal is to stress how work can also produce health. Based on Canguillem's concept of health, and from the contributions of the so-called "work clinics", we intend to analyze the purpose of work as a promoter of health. Canguilhem affirms that health is not adaptive, as such it does not involve adapting well to the world, but to the creation of tenets of life. For their part, the work clinics provide tools to approximate us to the know-how-to-do produced by workers in their daily work, namely not only how workers adapt to work, but how they create and recreate it permanently Thus, we can think work as a promoter of health where there is room for collective and personal creation, as well as recognition of workers in their activity.