A visita domiciliária do agente comunitário de saúde a famílias com idosos frágeis
Home visits by community health agents to families with frail elderly individuals
Ciênc. Saúde Colet. (Impr.); 20 (12), 2015
Publication year: 2015
Resumo Objetivou-se compreender os sentidos que os agentes comunitários atribuem à visita domiciliária realizada junto a famílias com idosos frágeis, e também se esta tecnologia de trabalho tem servido como uma ferramenta de Cuidado a este grupo. Foram realizadas entrevistas a agentes comunitários do município de Bambuí/MG, guiadas por roteiro semiestruturado. Todas foram gravadas, transcritas e analisadas. O modelo Signos, Significados e Ações guiou a coleta e a análise dos dados. Em suas maneiras de pensar e agir, percebendo a velhice, inexoravelmente associada à incapacidade, as agentes “tentam ajudar” pessoas que vivenciam um contexto sociocultural similar ao seu a ter acesso aos serviços de saúde. Como não recebem orientações para atuar junto às famílias com idosos, intuitivamente estabelecem critérios “equitativos”, ancorados em uma dimensão solidária, visitando mais os grupos de risco (o idoso, o carente, o doente, o pobre). A visita ocorre em resposta a demandas imediatas destes grupos, mas o foco da atenção permanece pautado na doença e na oferta de insumos e procedimentos. A desejada reorientação do modelo assistencial, a implementação da Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa e as ações específicas de cuidado às famílias com idosos frágeis não foram notadas.
Abstract The scope of this study was to understand the significance that community health agents attribute to the home visit conducted with families with frail elderly individuals and if the technique has served as a tool for care for this group. Semi-structured interviews were conducted with community health agents in the city of Bambui in the State of Minas Gerais. They were all recorded, transcribed and analyzed. The Signs, Meanings and Actions model was used in the collection and analysis of data. In their ways of thinking and acting, seeing aging as being inexorably associated with disability, the agents “try to help” people who have a sociocultural context similar to theirs to get access to health services. As they do not receive guidelines for working with families with elderly individuals, they intuitively establish “equitable” criteria that ensure they visit more risk groups (the elderly, needy, sick and poor). The visits are in response to immediate demands from these groups, but the focus of attention is based on sickness and the provision of medication and procedures. The need for reorientation of the care model, implementation of the National Health Policy for the Elderly and specific actions of care to families with frail elderly individuals are not perceived.