Micropolítica do desejo: a clínica do sujeito na instituição de saúde mental
The micropolitics of desire: the clinic of the individual in the mental health institution
Ciênc. Saúde Colet. (Impr.); 20 (2), 2015
Publication year: 2015
Este artigo tem por objetivo discutir questões da prática clínica em instituições públicas de saúde mental, seus impasses e condições de possibilidade, focalizando em especial a prática “entre vários” do psicanalista nessa clínica. O campo da saúde mental está em permanente construção, marcado pela heterogeneidade e pluralidade de orientações, permeado por tensões entre velhos modelos de assistência, novos objetivos políticos de resgate dos direitos mínimos de uma população tradicionalmente excluída do convívio social e propostas de uma nova clínica que privilegie o sujeito. A partir de fragmentos clínicos, pretende-se abordar a clínica do sujeito na instituição de saúde mental, assim como os desafios do trabalho em equipe, frente às injunções da política de saúde mental que orienta os serviços. A presente proposta é pensar a clínica como uma micropolítica do desejo, que sustenta o trabalho cotidiano de acompanhamento do percurso de cada sujeito em tratamento.
The scope of this article is to discuss clinical practice issues in public mental health institutions, their predicaments and potential conditions, focusing especially on the practice “among others” of the psycho analyst in this clinic. The mental health field is a field in permanent revitalization, marked by the heterogeneity and plurality of guidelines, permeated by tensions between old models of care, new political objectives to redeem the minimum rights of a population traditionally excluded from social coexistence and proposals for a new clinical practice that concentrates on the individual. Based on clinical perceptions, I intend to approach the clinical treatment of the individual in a mental health institution, as well as the challenges of working in a team, bearing in mind the impositions of mental health policy arounnd which the services are structured. Our proposal is to think of the clinic as the micro politics of desire that sustains the daily work of monitoring the course of treatment for each individual.