Condições de saúde dos presos do estado do Rio de Janeiro, Brasil
Health conditions of prisoners in the state of Rio de Janeiro, Brazil

Ciênc. Saúde Colet. (Impr.); 21 (7), 2016
Publication year: 2016

Resumo Apresentam-se os resultados de um estudo quantitativo e qualitativo sobre as condições de vida e saúde dos presos do estado do Rio de Janeiro. O objetivo foi produzir informações estratégicas para subsidiar a ação dos agentes públicos que atuam nos presídios. Os resultados mostram que os presos são jovens (média de 30 anos), pobres, em maioria de cor preta e parda (70,5%), têm baixa escolaridade (só 1,5% deles têm curso superior) e cumprem menos de quatro anos de pena. Dos problemas que afetam indiretamente sua saúde ressaltam-se: superlotação (1,39 presos para uma vaga), ócio (só 4,4% trabalham), escassez de perspectivas, maus tratos e relacionamentos conflituosos. Entre os problemas de saúde física destacam-se: os osteomusculares, como dores no pescoço, costas e coluna (76,7%), luxação de articulação (28,2%), bursite (22,9%), dor ciática (22,1%), artrite (15,9%), fratura óssea (15,3%), problemas de ossos e cartilagens (12,5%) e de músculos e tendões (15,7%); os do aparelho respiratório, como sinusite (55,6%), rinite alérgica (47%), bronquite crônica (15,6%), tuberculose (4,7%) e outras (11,9%); e doenças de pele. Apesar dos dispositivos legais que incluem o cuidado com a saude prisional entre as atribuições do SUS os serviços são escassos e ineficientes e uma das maiores causas de insatisfação dos presos.
Abstract We present the results of a quantitative and qualitative study on the living conditions and health of prisoners in the state of Rio de Janeiro. The goal was to produce strategic information to support the action of public officials who work in prisons. The results show that prisoners are young (average age: 30 years), poor, mostly black and brown (70.5%), have little education (only 1.5% of them have a higher education), and have been in prison for less than four years. Among the problems that indirectly affect their health, we emphasize: overcrowding (1.39 prisoners per one vacancy), idleness (only 4.4% of them work), lack of perspective, violence and relationships of conflict.

The most common physical health problems include:

musculoskeletal problems, such as pain in the neck, back, and spine (76.7%), joint dislocation (28.2%), bursitis (22.9%), sciatica (22, 1%), arthritis (15.9%), bone fracture (15.3%), problems with bone and cartilage (12.5%), and muscle and tendon injuries (15.7%); respiratory problems, such as sinusitis (55.6%), allergic rhinitis (47%), chronic bronchitis (15.6%), tuberculosis (4.7%) and others (11.9%); and skin diseases. Despite legal requirements that include prison health care among the Universal Health System’s (SUS) obligations, services are scarce and inefficient and a major cause of inmate dissatisfaction.

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