A auto-organizaçäo da vida como pressuposto para a compreensäo da morte infantil
The life self-organization as a requirement to understand the infancy death
Ciênc. Saúde Colet. (Impr.); 6 (1), 2001
Publication year: 2001
Indicador de saúde tradicionalmente valorizado e reconhecido, a mortalidade infantil é ainda um desafio para os governos e instituiçöes nacionais e internacionais interessadas/envolvidas na luta pelo seu declínio. Suas causas estäo ligadas basicamente às pneumonias e às gastroenterites; patologias que têm seu círculo vicioso agravado e/ou desencadeado pela desnutriçäo. Em busca de uma abordagem menos biológica, e no fundo de intervençöes mais efetivas e eficazes, os estudos mais recentes têm sido direcionados aos fatores socioeconômicos que aumentariam o risco de doença e de morte no primeiro ano de vida. Classe social, escolaridade materna, saneamento básico e renda familiar säo algumas das variáveis às quais se atribui esse risco diferenciado. Um instigante questionamento, entretanto, persiste: considerando famílias da mesma classe social, renda familiar e escolaridade materna, por exemplo, por que em algumas morrem crianças pequenas e em outras näo? Esse questionamento, a partir da teoria da auto-organizaçäo, busca contribuir para o elucidamento dos complexos mecanismos envolvidos na morte de crianças no primeiro ano de vida. Parte-se do pressuposto de que a dinâmica familiar, compreendida dentro do conceito de auto-organizaçäo, cria as condiçöes para esse aumentado risco de mortalidade infantil.