Desenvolvimento de um protocolo para avaliação de pacientes com úlceras de pressão através da telemedicina e imagens digitais
Development of a protocol for the assessment of patients with pressure ulcers through telemedicine and digital images

Acta fisiátrica; 14 (4), 2007
Publication year: 2007

Introdução:

As úlceras de pressão são complicações freqüentes em pacientes com lesão medular. Estas precisam de um diagnóstico precoce e um acompanhamento rigoroso para que não evoluam para um quadro mais grave e para não retardar o processo de reabilitação. Infelizmente, não é sempre que o paciente consegue acesso a um centro especializado no tratamento de feridas e, por isso, a telemedicina pode ser útil nesses casos.

Objetivo:

Avaliar a eficácia de um protocolo de avaliação de úlceras de pressão através de fotografias digitais.

Métodos:

Selecionamos 15 pacientes, totalizando 33 úlceras. Os pacientes foram avaliados por 2 médicos fisiatras presenciais, separadamente, que no momento do exame, preencheram a primeira parte do protocolo (dados clínicos do paciente) e tiraram as fotografias. Estas foram encaminhadas aos médicos fisiatras à distância, que avaliaram as feridas através das fotos e dos dados enviados pelo médico presencial. Comparamos as semelhanças e diferenças das avaliações entre os dois médicos presenciais, entre presencial e a distancia e entre os dois médicos à distância nos quesitos grau, necrose, infecção, fístula, secreção, aspecto da borda e do fundo e conduta. A Análise estatística se baseou nos cálculos de Kappa, intervalo de confiança e P valor.

Resultados:

Encontramos os maiores valores de Kappa quando comparamos as avaliações presenciais. Para necrose, grau e infecção, os kappas Avaliação Presencial (P) x Avaliação à distância (D) foram substantial e moderate. No item conduta, o Kappa variou de fraco a almost perfect. Nas avaliações das bordas, fundo, secreção e fístula foram encontradas divergências.

Conclusão:

O protocolo é eficaz para avaliar necrose, grau e infecção das úlceras. Existe dificuldade no uso do método para avaliar o aspecto de borda, fundo, secreção e fístula. Houve maior satisfação com o método para úlceras de pressão grau I e II.

Introduction:

Pressure ulcers are frequent complications in patients with spinal cord injuries. These ulcers need an early diagnosis and a strict follow-up to prevent a more severe evolution and delays in the rehabilitation process. Unfortunately, patients do not always have access to a center specialized in the treatment of wounds, and thus, telemedicine can be useful in such cases.

Objective:

To evaluate the effectiveness of a protocol for the assessment of pressure ulcers through digital images.

Methods:

15 patients were selected, totaling 33 ulcers. The patients were separately assessed by 2 on-site physiatrists, who filled out the first part of the protocol (patients? clinical data) at the time of the consultation and took the photographs. These were sent to the physiatrists at-distance, who evaluated the wounds through the photographs and the data sent by the on-site physician. The similarities and differences between the two on-site physicians, between the on-site physicians and the physicians at-distance and between the two physicians at-distance were compared regarding the degree, necrosis, infection, fistula, secretion, wound border and depth aspect and conduct. The statistical analysis was based on Kappa calculations, a confidence interval and P value.

Results:

The highest Kappa values were observed when the on-site assessments were compared. For necrosis, degree and infection, the On-site Assessment (S) x Assessment at distance (D) Kappas were substantial and moderate. For the item conduct, the Kappa varied from weak to almost perfect. As for the evaluations of the borders, depth, secretion and fistula, there were divergences.

Conclusion:

The protocol is effective to assess wound necrosis, degree and infection. There is some difficulty in using the method to evaluate the border and depth aspect, secretion and fistula. The method showed to be more satisfactory for the assessment of pressure ulcers grade I and II.

More related