DST j. bras. doenças sex. transm; 18 (1), 2006
Publication year: 2006
Introdução:
vários fatores influenciam a vulnerabilidade da mulher para a aquisição do HIV, dentre eles baixa percepção de risco e desconhecimento sobre comportamentos de risco de sua parceria sexual. Objetivo:
investigar a percepção de mulheres portadoras do HIV/aids sobre comportamentos de risco para aquisição de infecção e sua parceria sexual. Métodos:
estudo descritivo exploratório realizado no ambulatório de moléstias infecto-contagiosas de ginecologia de um hospital-escola do interior paulista. Entrevistaram-se 50 mulheres portadoras do HIV, em seguimento clínico puerperal, adotando-se um roteiro de entrevista. Utilizou-se o programa EPI-INFO 6.0, para a análise dos dados. Resultados:
as mulheres investigadas apresentaram baixa percepção sobre riscos para aquisição do HIV/aids: 36 (72%) delas tiveram conhecimento de sua infecção, casualmente, e 33 (66%) relataram não ter nenhum comportamento de risco para a aquisição desse vírus. Para 42 (84%) mulheres, a aquisição do HIV foi atribuída à via sexual, e a maioria considerou o primeiro ou o segundo parceiro como o infectante. Dentre os aspectos do comportamento do parceiro tido como "infectante", as mulheres citaram fatores de riscos isolados; a maioria, 38 (76,0%), relatou mais de um fator de risco associado. Conclusão:
a prevenção da transmissão sexual deve-se constituir numa das principais metas dos programas de educação em saúde, buscando sensibilizar os indivíduos aadotarem comportamentos mais sexuais seguros. Com crescente aumento de HIV/aids entre a população feminina, não apenas estratégias preventivas específicas devem ser direcionadas a essa clientela, também deve haver a conscientização masculina sobre a sua co-responsabilidade pela saúde sexual e reprodutiva de suas parceiras.
Introduction:
various factors influence the vulnerability of women to acquire HIV, including low perceived risk and lack of knowledge about their sexual' partners risk behaviors. Objective:
examine how women with HIV/aids perceive risk behaviors related to acquiring the infection and to their sexual partners. Methods:
a descriptive and exploratory study was carried out at the outpatient clinic for infectious-contagious diseases and gynecology of a teaching hospital in the interior of São Paulo State. We interviewed 50 women with HIV, who were under clinical follow-up during the puerperium, using an interview script. EPI-INFO 6.0 was used for data analysis. Results:
participants presented low perceived risk to acquireHIV/aids; 36 (72%) of them found out about their infection by chance and 33 (66%) informed they did not perform any risk behavior to acquire thisvirus. Forty-two women (84%) attributed their HIV infection to sexual intercourse, and most of them considered their first or second partner as the source of infection. As to the aspects of their partners' behavior considered as a "source of infection", these women mentioned isolated risk factors, and 38 of them (76.0%) indicated more than one associated risk factor. Conclusion:
health education programs should adopt prevention of sexual transmission as one of their main targets, with a view to making people aware of the need to adopt safe sexual behavior. In view of the advancement of HIV/aids in the female population, specific prevention strategies need to be directed at this clientele, and men need to be made aware of their coresponsibility for the sexual and reproductive health of their partners.