Querer é poder? a ausência do uso de preservativo nos relatos de mulheres jovens
Want power? the lack of condom use in reports of young women

DST j. bras. doenças sex. transm; 23 (2), 2011
Publication year: 2011

Introdução:

as construções sócio-históricas de gênero constituem um entrave para a negociação do uso do preservativo pela mulher, por priorizarem o enfoque maternal e a procriação, opondo-se à proposta de prevenção.

Objetivo:

analisar a vulnerabilidade às DST e à gravidez não planejada em adolescentes femininas.

Métodos:

tratou-se de um estudo de campo, sendo pesquisados 8.471 adolescentes, dos quais 62% do sexo feminino; com médiade idade de 16,6 anos. Foi utilizado um questionário estruturado autoaplicado e grupos de discussões. O primeiro instrumento foi analisado através de estatística descritiva e o segundo, através da análise categorial.

Resultados:

no que se refere à prática sexual, 31% dos participantes declararam vida sexualativa, com iniciação aos 15,6 anos para o sexo feminino e aos 14,6 anos para o masculino. A ausência de preservativo na primeira relação sexual foi referida por 35% dos homens e 39% das mulheres, enquanto 21% dos homens e 43% das mulheres não o usaram na ultima relação sexual. Nas explicações dadas nos grupos de discussões, destacam-se a inexperiência, a existência de crenças negativas, a imprevisibilidade do ato, a dificuldade de obtenção, a falta de informações e o tipo de vínculo afetivo.

Conclusão:

observa-se maior dificuldade das mulheres na utilização das práticas preventivas, devido à manutenção de crenças historicamente construídas que as colocam em situação de dependência subjetiva, levando a situações de maior vulnerabilidade. Ações nas comunidades, tendo como foco as redes de relações afetivo-sexuais, podem revelar-se uma abordagem mais eficaz para reduzir o risco de infecções com as DST/aids e gravidez não planejada em adolescentes.

Introduction:

the socio-historical constructions of gender constitute an obstacle to the negotiation of condom use by women, by prioritizing the maternaland procreation focus, opposing the proposal for prevention.

Objective:

to analyze vulnerability to STD and unplanned pregnancy in female adolescents.

Methods:

it was a of study, which surveyed 8,471 adolescents, of whom 62% were females, with a mean age of 16.6 years old. We used a structuredself-administered questionnaire and discussion groups.The first instrument was analyzed using descriptive statistics and the second through the categoricalanalysis.

Results:

regarding the sexual practice, 31% of participants report having active sexual life, with initiation of 15.6 years for females and 14.6 years for males. The lack of condoms at first intercourse was reported by 35% of men and 39% of women, while 21% of men and 43% of women did not useit at their last sexual intercourse. Among the explanations given in the discussion groups, we highlight the inexperience, the existence of negative beliefs,the unpredictability of the act, the difficulty of obtaining the condom, lack of information and type of bonding.

Conclusion:

there is greater difficulty for women in the use of preventive practices due to the maintenance of historically constructed beliefs that place them in situation of subjective dependence,leading to situations of greater vulnerability. Actions in the communities, and focused networks emotional-sexual relationships, may prove a more effective approach to reduce the risk of infection with DST/aids and unplanned pregnancy in adolescents.

More related