Qualidade de vida no contexto do HIV/AIDS: um estudo comparativo com a população em geral
Quality of life in the context of HIV/AIDS: a comparative study with the general population

DST j. bras. doenças sex. transm; 25 (2), 2013
Publication year: 2013

A introdução da terapia antirretroviral vem permitindo um aumento na expectativa de vida dos pacientes soropositivos ao HIV, caracterizando a AIDS como uma doença passível de controle a longo prazo, influenciando assim no bem-estar e na qualidade de vida desses sujeitos.

Objetivo:

Avaliara percepção de qualidade de vida de pessoas com HIV/AIDS comparando-a com a de pessoas sem o diagnóstico para o HIV.

Método:

Contou-se com a participação de 561 pessoas soropositivas e 286 pessoas sem o diagnóstico. Foram utilizados um questionário sociodemográfico e um clínico, além da escala de qualidade de vida WHOQOL-HIV-Bref.

Resultados:

A qualidade de vida foi avaliada positivamente por 59% dos soropositivos, sendo mais bem avaliadas as dimensões espiritualidade e perspectiva de futuro. Dos participantes sem o diagnóstico para o HIV, 61% avaliaram-na também positivamente,sendo mais bem avaliadas as dimensões espiritualidade e independência. Com relação aos domínios da qualidade de vida, ambos os grupos apresentaram avaliação positiva para todas as dimensões. Entretanto, o grupo soropositivo avaliou de forma mais negativa os domínios ambiental e independência em comparação ao grupo sem diagnóstico.

Conclusão:

Os resultados sugerem que o diagnóstico de soropositividade para o HIV não é condição suficiente para que a percepção da qualidade de vida seja diferente das pessoas em geral. Além disso, a avaliação menos positiva sobre a saúde pelo grupo soropositivo parece indicar a ideia de que a saúde para estes sujeitos está relacionada aos aspectos associados às etiologias orgânicas e às consequências psicossociais da convivência com o HIV/AIDS.
The introduction of antiretroviral therapy has allowed an increase in life expectancy of HIV-positive patients with HIV/AIDS, characterizing it as a disease amenable to control the long-term, thus influencing well-being and quality of life of these subjects.

Objective:

To evaluate the perceived quality of life of people with HIV/AIDS compared with that of people without the diagnosis for HIV.

Methods:

We counted with the participation of 561 people with HIV and 286 people without the diagnosis. Specific socio-demographic and clinical questionnaires, beyond the scale of quality of life WHOQOL-HIV-Bref were applied.

Results:

The quality of life was assessed positively by 59% of seropositive, being the dimensions spirituality and future prospects the better evaluated. Of the participants with no HIV diagnosis, 61% positively evaluated the quality of life, being the dimensions spirituality and independence the better evaluated. Regarding the domains of quality of life, both groups showed positive evaluation for all dimensions. However, theseropositive group evaluated more negatively the domains environmental and independence compared to the group without diagnosis.

Conclusion:

Results suggest that the diagnosis of HIV seropositivity is not a sufficient condition for the perception of quality of life to differ from people in general. Moreover,the less positive assessment on health for HIV-positive group seems to indicate that, for these subjects, health is related to aspects associated with organic etiologies and the psychosocial consequences of living with HIV/AIDS.

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