Transtorno disfórico pré-menstrual
Premenstrual dysphoric disorder

Diagn. tratamento; 19 (4), 2014
Publication year: 2014

Com a publicação da quinta edição do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5), em 2013, o transtorno disfórico pré-menstrual (TDPM), que figurava como Apêndice B no DSM-IV-TR, passou a integrar a categoria dos Transtornos Depressivos. O TDPM tem como principal hipótese etiopatogênica a vulnerabilidade e a desregulação do sistema serotoninérgico, a partir de flutuações dos hormônios sexuais. Os critérios diagnósticos do TDPM são abrangentes, não havendo exames físico ou laboratorial para confirmação. O diagnóstico de exclusão é feito após minuciosa anamnese e exame físico, onde não é constatada a presença de outras condições, como exacerbação de doença clínica ou algum transtorno psiquiátrico. O quadro clínico se caracteriza por sintomas somáticos, comportamentais (podendo incluir indisponibilidade para a atividade sexual) e de humor recorrentes (cefaleia, enjoo, vertigem, sensação de fadiga e desânimo, irritabilidade extrema, dificuldade de concentração, insônia ou hipersonia). A presença de sintomas pré-menstruais muitas vezes se correlaciona negativamente com a satisfação sexual feminina. A síndrome pré-menstrual (SPM) e o TDPM diferem entre si em níveis circulantes de androgênios e globulina carreadora de hormônios sexuais (SHBG). Mulheres com menores níveis dessas substâncias tendem a ter mais inibição do interesse sexual no período pré-menstrual que aquelas com níveis maiores. O tratamento é tanto mais efetivo quanto mais consegue o controle das flutuações hormonais e a disponibilidade de serotonina na fenda sináptica. Como primeira linha, recomendam-se os inibidores seletivos da recaptação da serotonina em uso contínuo (se houver depressão associada) ou intermitente (TDPM sem depressão).

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