Pesquisa-intervenção e cartografia: melindres e meandros metodológicos
Intervention-research and cartography: methodological issues
Estud. pesqui. psicol. (Impr.); 10 (1), 2010
Publication year: 2010
A complexidade da realidade social, a pluralidade dos fenômenos subjetivos, a progressiva demanda de contribuição efetiva da academia com a vida cotidiana são indicadores da provisoriedade das respostas encontradas pela ciência. Nesse contexto, este trabalho apresenta um debate acerca das possíveis contribuições que as metodologias de pesquisa participativa trazem aos estudos da subjetividade, sustentando a argumentação contra os reducionismos do pensamento científico hegemônico na modernidade em três de seus mais ferrenhos críticos - o romancista Dostoiéviski, o filósofo Nietzsche e o sociólogo René Lourau. Problematiza os limites que as pesquisas tradicionais oferecem à produção de conhecimentos para discutir algumas diferenças e aproximações entre a modalidade da pesquisa-intervenção e as abordagens cartográficas. Ao colocar problemas que buscam o coletivo de forças de cada situação investigada, essas abordagens alteram o modo de conceber a pesquisa e o encontro do pesquisador com seu campo, abarcando a complexidade e a processualidade. O conhecimento emerge do plano de forças que compõe a realidade ora atuando para o estabelecido, ora operando agenciamentos produtivos que trazem o novo
The complexity of social reality, the plurality of subjective phenomena, the increasing demand for a effective contribution from academia to daily life, are all factors which indicate that the answers from science are provisional. This work presents a debate on the possible contributions that participant research methodologies bring to studies on subjectivity, supporting the argument against reductionism of scientific thought hegemonic in modernity in three of its fiercest critics - Dostoiéviski novelist, philosopher Nietzsche and the sociologist René Lourau. It problematises the limits of traditional research to the knowledge production and discusses differences and approximations between intervention research and cartography. Both approaches aim to investigate the collective of forces of each researched situation and also change the way of conceiving the researcher and her encounter with the field. They can be considered devices that pursue the complexity and the process. In this perspective, knowledge emerges from the plane of forces that constitute reality, sometimes reinforcing the established and at other times favouring the happenings that bring the new