Sexualidade e Síndrome de Turner
Sexuality and Turner Syndrome
Femina; 33 (11), 2005
Publication year: 2005
O objetivo deste texto é analisar o discurso médico sobre a sexualidade das mulheres com Síndrome de Turner. Ford et al, 1959, definiram o cariótipo 45,X como característico da síndrome, afirmando que a mulher com Síndrome de Turner não deveria ser classificada como "intersexo", "macho cromossômico" ou "macho genético", como se tivesse um sexo ambíguo. Como se sabe, em nossa sociedade o corpo feminino tende a ser considerado muito mais pelo aspecto reprodutivo em particular do que por uma noção mais ampla do feminino. A associação existente entre "infantilismo corporal" e "infantilismo sexual" pode ser percebida como sinônimo de corpo infantil, portanto, assexuado, uma visão claramente relacionada com fatores culturais. O médico que atua diretamente com estas pacientes deve ser capaz de compreender a sexualidade de forma mais ampla do que aquela reduzida visão antiga da medicina que as vê sob a ótica da fertilidade. Deve-se dar atenção a aspectos relacionados com a imagem corporal da paciente, no decorrer deste processo, pois ela pode se "auto-estigmatizar" por sua condição genética ou por sua imagem corporal diferente do padrão. A atenção e o estímulo para que a paciente busque suas próprias respostas sobre sua sexualidade deve acompanhar quaisquer tratamentos orgânicos.