Cardiomiopatia periparto
Peripartum cardiomiopathy

Femina; 33 (5), 2005
Publication year: 2005

O objetivo deste artigo é revisar a etiologia, epidemiologia, diagnóstico, evolução clínica, tratamento e prognóstico da cardiomiopatia periparto. A incidência da cardiomiopatia periparto varia entre 1/1.300 e 1/15.000 gestações. A doença surge no final da gravidez ou no puerpério inicial e sua etiologia permanece indeterminada. Muitas causas têm sido propostas, incluindo miocardite, resposta imune anormal à gravidez, má resposta adaptativa ao estresse hemodinâmico da gravidez e tocólise. Fatores de risco para a cardiomiopatia periparto incluem idade materna avançada, multiparidade, raça negra, pré-eclâmpsia, hipertensão gestacional, gravidez gemelar e tocólise prolongada. Os critérios diagnósticos são insuficiência cardíaca iniciada no último mês de gravidez ou nos primeiros cinco meses de pós-parto, ausência de causa determinável de insuficiência cardíaca e ausência de doença cardíaca demonstrável antes do último mês de gravidez. O tratamento de suporte consiste em administrar digoxina, diurético de alça, restrição de sódio e agentes redutores da pós-carga (hidralazina e nitratos). A anticoagulação com heparina deve ser instituída, devido ao alto risco de trombose venosa e embolia pulmonar. Inibidores da enzima conversora da angiotensina I e bloqueadores do receptor da angiotensina devem ser evitados durante a gravidez devido aos graves efeitos neonatais. A utilidade da terapia imunosupressora permanece incerta. Os avanços no tratamento medicamentoso e o transplante cardíaco têm melhorado significativamente a qualidade de vida e a sobrevida das pacientes

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