Sífilis congênita
Congenital syphilis

Femina; 34 (10), 2006
Publication year: 2006

A sífilis é uma doença infecciosa cujo agente etiológico é o Treponema pallidum, que se transmite ao feto por via hematogênica.

A infecção do feto está na dependência do estado da doença na gestante:

quanto mais recente a infecção materna, mais treponemas estarão circulantes e, portanto, mais severo será o comprometimento fetal. A infecção materna nos últimos meses de gestação, dependendo da carga de treponema recebida e de sua virulência, poderá determinar uma evolução fulminante, se o diagnóstico não for feito rapidamente. A taxa de infecção da transmissão vertical do T. pallidum em mulheres não tratadas é de 70 a 100 porcento, nas fases primária e secundária da doença, reduzindo-se para aproximadamente 30 porcento nas fases tardias da infecção materna (latente tardia e terciária). Apesar de a sífilis congênita ser doença de notificação compulsória no país, não se conhece a sua exata magnitude, devido à elevada subnotificação. No Brasil, estudos de representatividade nacional estimam uma prevalência em gestantes de 1,6 porcento da infecção, em 2004, representando cerca de 50.000 parturientes com sífilis ativa e uma estimativa de 15.000 crianças nascendo com sífilis congênita para aquele ano, em média. A medida de controle mais eficaz para a sífilis é oferecer a toda gestante uma assistência pré-natal adequada, realizando testes sorológicos que permitam o diagnóstico precoce e, conseqüentemente, o tratamento em tempo adequado. A triagem pode ser feita com o VDRL, altamente sensível, necessitando confirmação com um teste treponêmico como o FTA-Abs. A sífilis congênita é uma das doenças mais facilmente preveníveis, bastando que a gestante infectada seja detectada e tratada prontamente, bem como os seus parceiros sexuais.

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