Arritmias cardíacas fetais: diagnóstico e tratamento não-invasivo
Fetal cardiac arrhythmias: diagnostic and non invasive treatment
Femina; 34 (5), 2006
Publication year: 2006
As arritmias cardíacas são de ampla importância para o prognóstico fetal e podem acarretar em incremento na morbimortalidade perinatal, tornando-se área de grande valor na avaliação pré-natal. Realizar uma avaliação morfofuncional completa e pormenorizada do aparelho cardiovascular fetal apresenta importância na ultra-sonografia. As alterações do ritmo cardíaco fetal são definidas como taquicardia fetal quando a frequência for maior que 180 batimentos por minuto e bradicardia fetal quando for menor que 100 batimentos por minuto. Mediante o diagnóstico de arritmia cardíaca fetal, devem-se investigar alterações estruturais do coração através da ecografia em tempo real. As arritmias benignas transitórias são muito comuns, incluindo as extrassistolias supraventriculares e ventriculares, a bradicardia sinusal e a taquicardia sinusal. As arritmias malignas englobam 10 a 20 porcento dos casos e incluem a taquicardia supraventricular; bloqueio átrio-ventricular total e taquicardia ventricular. A etiologia das arritmias malignas está relacionada à presença de via de condução anômala ou acessória ou de foco ectópico autônomo. As arritmias benignas podem ser decorrentes de fatores fetais, mecanismos auto-imunes, descontroles hormonais ou compressão da cabeça e/ou cordão. Dentre fatores maternos destaca-se uso de drogas, febre, infecções, anemia e doenças auto-imunes. O manejo especializado das arritmias fetais, incluindo a terapia farmacológica intra-uterina, diminuem a morbidade relacionada a hidropsia fetal, prematuridade e nascimento por via abdominal, portanto torna-se importante o conhecimento das características dos principais medicamentos utilizados no tratamento de taquiarritmias fetais e seus esquemas terapêuticos