A Importância do óxido nítrico na fisiopatologia da pré-eclâmpsia
The Importance of nitric oxide in the pathophysiology of preeclampsia
Femina; 34 (8), 2006
Publication year: 2006
Durante anos, o óxido nítrico (NO) era conhecido como gás poluente ambiental com possível efeito carcinogênico. Desde a década de 80, várias pesquisas comprovaram seu envolvimento no sistema circulatório, incluindo as de Furchgott, Ignarro e Murad, responsáveis pela divisão entre eles do Prêmio Nobel em Fisiologia ou Medcina de 1998. Na gestação normal, o NO gera acúmulo de guanosina monofosfato cíclica (GMPc), que promove vasodilatação e melhora a perfusão sangüínea. A liberação do NO também interage com o fator de crescimento do endotélio vascular, além de regular a expressão e atividade de proteases matriz degradantes, assumindo importante função no processo de invasão do trofoblasto. Na pré-eclâmpsia, ocorre menor biodisponibilidade placentária de L-arginina, precursora do NO, acarretando redirecionamento para a formação de peroxinitritos, causando estresse oxidativo. Além disso, a baixa disponibilidade de NO provoca maior resistência vascular, alteração na reatividade das plaquetas e lesão endotelial, causando dano renal evidenciado pela proteinúria. Várias medidas preventivas têm sido propostas, tais como tratamento da bacteriúria assintomática e infecções vaginais, administração de suplementos nutricionais e antioxidantes como vitaminas A, C e E, além de ferro e cálcio.