Terapia intensiva em obstetrícia
Intensive care in obstetrics
Femina; 35 (2), 2007
Publication year: 2007
As pacientes obstétricas representam um pequeno, porém importante grupo de pacientes em unidades de terapia intensiva (UTI). Seus problemas são únicos e requerem atenção especializada. As tomadas de decisão podem ser confundidas pelas alterações fisiológicas da gravidez. Nos países desenvolvidos com boa assistência pré-natal, um número relativamente menor de pacientes obstétricas é admitido em UTI, mas a taxa de mortalidade materna permanece elevada nos países em desenvolvimento. Desde os anos 90, vários autores têm descrito suas experiências com as pacientes obstétricas requerendo internação em UTI. Os critérios de admissão destas pacientes são muito semelhantes aos critérios de "near miss" descritos por Mantel. Quando se realiza o tratamento intensivo adequado destas pacientes instáveis, verifica-se redução significativa da mortalidade materna. As unidades de terapia intensiva para pacientes obstétricas podem ser organizadas de várias formas, tanto em UTI geral como cirúrgica ou em unidades de cuidados intermediários. Todas essas experiências são descritas neste artigo. A mortalidade materna pode ser reduzida através de medidas como atenção pré-natal adequada, detecção precoce e intervenção das gestações complicadas e interrupção oportuna da gravidez. Entretanto, neste mesmo quadro, uma unidade de terapia intensiva especializada em tratar pacientes obstétricas também assume um papel importante no cuidado das pacientes que complicaram apesar de todas as medidas pré-natais tomadas e desenvolvem morbidade aguda grave