Infecção pelo papilomavírus humano durante a gravidez: o que há de novo?
Human papillomavirus infection during pregnancy: is there anything new?

Femina; 37 (3), 2009
Publication year: 2009

Sabe-se que a infecção pelo papilomavírus humano (HPV) apresenta ampla distribuição na população, sendo considerada a doença sexualmente transmissível (DST) mais frequente mundialmente. Sua transmissão ocorre por exposição sexual em cerca de 98 porcento dos casos e seu pico de positividade é observado entre mulheres na idade reprodutiva, principalmente nos primeiros anos de atividade sexual. Taxas de prevalência em gestantes variam de 5,5 a 65 porcento, dependendo do meio semiótico utilizado e da população avaliada. Apesar da possibilidade de as modificações fisiológicas da gravidez interferirem na evolução da infecção pelo HPV, ainda é controverso se a gravidez provocaria maior vulnerabilidade a essa infecção. As condutas diagnóstica e terapêutica perante as formas clínica e subclínica da infecção apresentam diferenças entre gestantes e não gestantes. Uma das complicações mais temidas da transmissão materno-fetal do HPV é a papilomatose da laringe, doença extremamente grave, mas felizmente rara. A positividade para o HPV nos recém-nascidos parece ser transitória. A maioria deles elimina o vírus em curto espaço de tempo. Destaca-se que o pré-natal representa excelente oportunidade de contato entre a mulher e o sistema de saúde, principalmente em populações menos favorecidas, possibilitando o rastreamento de lesões pré-neoplásicas e das doenças sexualmente transmitidas, dentre elas a infecção pelo HPV.
It is know that human papillomavirus (HPV) infection has high distribution within the population, being considered the most frequent sexually transmitted disease (STD) worldwide. Its transmission occurs by sexual exposition in 98 percent of the cases and its highest positivity occurs in women's reproductive age, mainly during the first years of sexual activity. Prevalence rates at pregnancy varies from 5,5 to 65 percent, depending on the technique used and the studied population. Although pregnancy physiological modifications can interfere in HPV infection, there are controversies about pregnancy being a cause of more vulnerability to this infection. The diagnostic and therapeutic approaches to the clinical and subclinical forms of infection during pregnancy are different compared to those followed in non-pregnant women. One of the most feared complications of the maternal-fetal transmission is the respiratory papillomatosis, extremely serious, but fortunately rare. The HPV posivity seems to be transitory in the newborn infants. The majority of them eliminate the virus within a short period of time. It is worthwhile to mention that antenatal follow-up represents an opportunity of contact between the woman and the health system, specially in less assisted populations, making possible the screening of intraepithelial lesions and sexually transmitted diseases, among which is the HPV infection.

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