Profilaxia da transmissão vertical do vírus da imunodifeciência humana tipo 1
Prophylaxis of vertical transmission human immunodeficiency virus type 1
Femina; 37 (8), 2009
Publication year: 2009
O conhecimento progressivo dos fatores ou situações que influenciam a transmissão vertical (TV) do vírus da imunodeficiência humana tipo 1 (HIV-1) possibilitou a adoção de estratégias profiláticas com redução notável de suas taxas ao longo dos anos. Dos primeiros relatos indicando 35 por cento de TV desse vírus, observam-se taxas menores que 1 por cento na atualidade. Dentre as intervenções pré-natais de maior impacto sobre a transmissão perinatal do HIV-1 sobressai a utilização de antirretrovirais (ARV), o controle das infecções gerais e genitais, evitar condutas invasivas sobre o feto assim como sexo sem preservativos e afastar-se do uso de drogas lícitas e ilícitas. Atualmente, os esquemas de ARV consideram a Highly Active Anti-Retroviral Therapy (HAART), independete de sua finalidade terapêutica (materna) ou profilática (TV do HIV-1). O esquema HAART mais utilizado contempla a associação de inibidores da transcriptase reversa (zidovudina e lamivudina) com inibidores da protease (lopinavir e ritonavir). Completando o ciclo das estratégias obstétricas de maior impacto na redução da TV do HIV-1 está a cesárea eletiva, cuja efetividade está ligada à observação dos critérios de sua indicação (carga viral > 1.000 cópias/ml, gestação >38 semanas, membranas íntegras e fora de trabalho de parto). Sempre que possível deve-se evitar corioamniorrexe prolongada, manobras invasivas sobre o feto, parto instrumentalizado e episiotomia. Das intervenções pós-natais consideradas importantes para a redução da TV do HIV-1 são apontadas a recepção pediátrica de boa qualidade, utilização da zidovudina neonatal e a amamentação artificial.
The progressive knowledge about the factors or situations that influence the vertical transmission (VT) of human immunodeficiency type 1 (HIV-1) has led to the implementation of strategies which have promoted a remarkable decline along the years. From the first results showing 35 percent, it is possible to observe less than 1 percent nowadays. Among the prenatal interventions with higher impact on the HIV-1 VT the most evident are the use of antiretrovirals (ARV), the control of general and genital infections, and to avoid fetal invasion. Additionally, we recognize the importance of protected sex with condom and to avoid licit and illicit drugs. The modern schemes of ARV drugs during pregnancy consider the Highly Active Antiretroviral Therapy (HAART) as a rule, independently if indication is therapeutic (for mothers) or prophylactic (to avoid VT of HIV-1). The most used HAART schema among pregnant women considers the association of reverse transcriptase inhibitors (zidovudine and lamivudine) with protease inhibitors (lopinavir and ritonavir). Completing the cycle of obstetrical strategies for greater impact on reduction of VT of HIV-1, we point that the elective cesarean section has its positive role linked to the criteria of its indication (viral load higher than 1,000 copies/ml, pregnancy with more than 38 weeks, integrity of membranes, and before start the uterine contractions). If possible, we need to avoid prolonged rupture of membranes, invasive fetal management, forceps and episiotomy. Among the postnatal interventions considered important to reduce VT of HIV-1 we point that the good quality of neonatal reception, use of neonatal zidovudine, and bottle-feeding are the best.